Não foi mau. Esteve perto de ser bom. E podia até ter sido muito bom. O Benfica perdeu com o Liverpool na Luz e tem uma tarefa quase impossível na próxima semana em Anfield, é certo; mas também é certo que o Benfica reagiu depois do intervalo, que obrigou o Liverpool a gerir a vantagem e que poderia ter arrancado um empate se os astros se tivessem alinhado.

Há Díaz assim, em que a lei do mais forte vence a teoria de Darwin de que tudo é possível (a crónica do Benfica-Liverpool)

Os encarnados sofreram a terceira derrota contra os ingleses na Luz e o histórico entre as duas equipas em jogos em Lisboa está agora empatado com três vitórias para cada lado. O Benfica manteve a tradição de marcar nas receções ao Liverpool, carimbando pelo menos um golo pela sexta vez em seis ocasiões, mas também concedeu três ou mais golos pela oitava vez esta temporada. A equipa de Nélson Veríssimo já leva 10 derrotas esta época, mais do que as nove de 2020/21, e se perder novamente estabelece o pior registo desde 2010/11.

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E se o Benfica vai viajar para Anfield a acreditar que tudo é possível, também é verdade que a história atribui ainda mais favoritismo ao Liverpool — nunca, nas 35 vezes em que venceram fora de casa na primeira mão de eliminatórias europeias, foram os ingleses eliminados. Na flash interview, Nélson Veríssimo admitiu alguma “frustração”. 

“Naturalmente. Sabíamos que íamos defrontar uma equipa bastante difícil. Alimentávamos e continuamos a alimentar a esperança de passar à fase seguinte. Tendo em conta o perfil do adversário, adotámos uma estratégia para garantir consistência defensiva. Sabíamos que o Liverpool ia atacar a profundidade, tem jogadores para isso. Em muitos momentos foi conseguido. Sofremos o golo de uma bola parada, que é um momento forte do Liverpool, e depois num momento de transição. Chegámos em desvantagem ao intervalo mas estávamos dentro do jogo. Na primeira parte houve algumas precipitações mas conseguimos ter posse de bola”, começou por dizer o treinador encarnado.

Em seguida, Veríssimo revelou o que pediu ao intervalo. “Para terem confiança com bola, não se precipitarem. O objetivo era fazer um golo nos primeiros 10/15 minutos. Após o golo tivemos muitas situações de perigo e oportunidades. O Liverpool também. Na nossa opinião fica um penálti por assinalar sobre o Darwin. Acima de tudo fica a forma como a equipa abraçou este desafio. É evidente que o resultado tornou o objetivo mais difícil mas continuamos a acreditar que é possível”, acrescentou, deixando desde já a receita para a segunda mão.

“A mentalidade tem de ser a mesma que tivemos neste jogo, no jogo com o Ajax e em todos os jogos da Champions. Perceber as características do adversário e depois adotar a melhor estratégia, nunca abdicando do principal objetivo: a vitória”, terminou Nélson Veríssimo.