O eurodeputado do PS e vice-presidente do Parlamento Europeu, Pedro Silva Pereira, disse esta terça-feira que o “Governo português fez bem em acompanhar outros governos” da União Europeia ao tomar a decisão de expulsar 10 funcionários da embaixada russa em Lisboa, alegando que as suas atividades são “contrárias à segurança nacional”.
Em declarações no programa Semáforo Político da Rádio Observador, Pedro Silva Pereira diz que este “é o tipo de resposta que o prolongar da situação no terreno e o conhecimento da particular brutalidade, selvajaria mesmo, do comportamento das forças russas no terreno, contra os militares e a população civil ucraniana, exige”.
Para o vice-presidente do Parlamento Europeu “é muito natural que, dentro do menu de sanções a que é possível recorrer, que a criatividade continue a inspirar mais medidas deste género”. Pedro Silva Pereira deu ainda o exemplo do próprio hemiciclo europeu: “Aqui no Parlamento Europeu nós já impedimos a entrada de diplomatas russos e entendo muito bem que o Governo português tenha adotado uma medida deste tipo.”
“Perante a selvajaria russa é natural que os expulsem de Portugal”
Para o político “esta escalada nas sanções acompanha a brutalidade no teatro de guerra” e enalteceu a resposta que a União Europeia tem dado a esta crise da Ucrânia. Contudo afirma que as sanções podem ainda evoluir e “incluir mais instituições financeiras, mais oligarcas dentro da área de abrangência das sanções” e refere ainda “um conjunto de medidas que são possíveis na frente comercial e que não têm ainda sido plenamente exploradas.” Quanto à possibilidade de uma intervenção militar por parte da União Europeia ou da NATO para proteger as populações, diz que é um cenário que não se coloca porque “implicaria acionar uma terceira guerra mundial de natureza nuclear e com efeito devastador para toda a humanidade”.
Pedro Silva Pereira falou ainda sobre uma cooperação entre a União Europeia e Ucrânia para uma futura investigação de possíveis crimes de guerra, referindo a importância de documentar estes crimes. “Toda a gente fica horrorizada com as imagens, mas nós precisamos de documentar de forma muito rigorosa aqueles crimes que aconteceram por responsabilidade, certamente, das forças russas de uma forma que depois seja imbatível em tribunal para que os responsáveis possam ser sancionados como merecem, depois daquela tragédia sem nome.”