910kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 42.º dia do conflito na Ucrânia

Este artigo tem mais de 2 anos

A invasão russa provocou, até ao momento, a morte de 167 crianças. Há mais de 400 menores feridos. A situação humanitária em Mariupol está a piorar — mais de 1.600 residentes não têm luz ou água.

Bucha
i

O massacre em Bucha continua a marcar as notícias ao 42.º dia de guerra na Ucrânia

SOPA Images/LightRocket via Gett

O massacre em Bucha continua a marcar as notícias ao 42.º dia de guerra na Ucrânia

SOPA Images/LightRocket via Gett

O conflito na Ucrânia entrou esta quarta-feira no seu 42.º dia. As notícias continuam a ser marcadas pelo massacre na cidade de Bucha, esta terça-feira condenado “inequivocamente” pela Índia, na primeira tomada de posição abertamente contrária à da Rússia, um velho aliado. A Índia mostrou ainda o seu apoio à abertura de um inquérito, salientando, através do seu embaixador nas Nações Unidas, que a situação na Ucrânia não tem melhorado desde a última vez que o Conselho de Segurança do organismo discutiu o caso, sobretudo a nível humanitário.

Relativamente à movimentação das tropas russas e ucranianas, o mapa do conflito mostra que a Rússia continua a pressionar as zonas costeiras e a sul. Segundo a mais recente atualização do Ministério da Defesa ucraniano, os bombardeamentos e combates em Mariupol, junto ao Mar Negro, continuam, com o objetivo de fazer colapsar as forças de defesa. Enquanto isso, a situação humanitária na cidade vai-se deteriorando — há mais de 1.600 residentes sem luz, água ou medicamentos.

Aqui fica um ponto de situação para ficar a par do que aconteceu nas últimas horas. Pode também seguir os desenvolvimentos, minuto a minuto, no liveblog do Observador, aqui.

ANA MARTINGO/OBSERVADOR

O que aconteceu durante a tarde e a noite?

  • Os Estados Unidos e do Reino Unido anunciaram mais um pacote de sanções à Rússia. O Presidente ucraniano agradeceu, mas disse que não “eram suficientes” perante o “mal que o mundo viu em Bucha”.
  • As negociações entre a Rússia e a Ucrânia continuam apesar das alegações que dão conta de crimes de guerra na sequência do que aconteceu em Bucha. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o massacre de Bucha, que chamou de “encenação”, dificultaram as negociações e “que há um caminho bastante longo pela frente”.
  • Jens Stoltenberg considerou que, “independentemente de quando a guerra vai acabar”, a invasão da Ucrânia “tem implicações a longo prazo” para a segurança da NATO, mas garantiu que a organização está preparada para defender o seu território.
  • O secretário-geral da NATO agradeceu a presença do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, na reunião de hoje e da amanhã da organização militar. “Obrigado por tudo, por ajudarem a Ucrânia e pela presença.”
  • A Hungria está disposta a pagar rublos pelo gás russo, rompendo assim com a União Europeia que procura uma frente unida para se opor à exigência de Moscovo.
  • A Casa Branca confirmou hoje as sanções às filhas de Vladimir Putin — Marina Putina e Katerina Tikhonova. A mulher e a filha do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, também foram sancionados.
  • A Ucrânia garante que mais de 400 habitantes terão desaparecido da cidade de Hostomel, que esteve sob controlo russo durante 35 dias, desde o início da invasão da Ucrânia.
  • A Rússia está a “avaliar” as decisões dos países europeus (como Portugal) que decidiram expulsar os seus diplomatas dos respetivos territórios. O ritmo das expulsões aumentou especialmente esta semana, depois de as imagens de Bucha terem vindo a público, e Portugal juntou-se a esse lote, declarando 10 elementos da embaixada russa em Lisboa persona non grata.
  • O oligarca russo exilado devido a divergências com o Kremlin, Mikhail Khodorkovsky, disse que os próximos alvos da Rússia deverão ser os Países Bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), Estados-membros da NATO e da União Europeia.
  • Joe Biden denunciou hoje os “horríveis crimes de guerra” que aconteceram em Bucha, nos arredores de Kiev.
  • O ministério da Defesa russo acusou a Ucrânia de planear uma operação de bandeira falsa com o intuito de depois culpar a Rússia pelo alegado uso de armas químicas em território ucraniano.
  • A Rússia estará a substituir as autoridades locais de Enerhodar, cidade que fica perto da central nuclear de Zarporíjia, por “autoridades amigas do regime”.
  • O Parlamento ucraniano vai pedir aos deputados de outros países e à comunidade internacional que reconheçam “os crimes de guerra da Rússia como genocídio do povo ucraniano”.
  • Os Estados Unidos acreditam que vai haver mais massacres como o que aconteceu na cidade de Bucha e que não deve haver ilusões quanto aos objetivos de Vladimir Putin, que não terão mudado.
  • Durante uma entrevista a um canal turco, Volodymyr Zelensky disse acreditar que a Rússia está a bloquear os corredores humanitários em Mariupol para que “o mundo não veja” o que se passa na cidade mais afetada pelos bombardeamentos russos. O Presidente ucraniano acusou mesmo Vladimir Putin de estar a esconder milhares de corpo naquela localidade ucraniana.
  • O balanço do dia feito pelas autoridades ucranianas aponta para a saída de 4.982 civis ucranianos de cidades evacuadas, através de corredores humanitários.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, vai pressionar os parceiros da NATO e do G7 para enviarem todas as “armas necessárias” para o país se poder defender.
  • Por cá, João Gomes Cravinho não desmentiu que os dez funcionários da embaixada russa sejam espiões, referindo que “estavam a desenvolver atividades contrárias à segurança nacional”, algo que era “contraditório com o estatuto diplomático”.

O que aconteceu durante a manhã?

  • O presidente da câmara de Mariupol denunciou que o exército russa está a usar crematórios portáteis para queimar os corpos das vítimas dos seus ataques. Segundo Vadym Boychenko, os russos têm brigadas especiais responsáveis por recolher e cremar os corpos. “O mundo não vê uma tragédia à escala da de Mariupol desde o tempo dos campos de concentração”, declarou Boychenko.
  • Pelo menos dois civis morreram na sequência de um ataque a um ponto de ajuda humanitária na cidade de Vuhledar, na região de Donetsk, disse o governador regional. Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas.
  • O Papa condenou “o massacre de Bucha” e apelou ao fim da guerra. Durante a audiência semanal na Cidade do Vaticano, Francisco segurou uma bandeira ucraniana que lhe foi enviada da cidade perto de Kiev: “Esta bandeira vem da guerra, vem daquela cidade martirizada, Bucha”, disse o Pontífice, de acordo com o Catholic News Service.
  • O Parlamento português aprovou por unanimidade o endereçamento de um convite a Volodymyr Zelansky para participar numa sessão.
  • Zelansky acusou a Rússia de estar a usar a fome como “arma”, apelando ao ocidente que aplique sanções “mais rígidas” contra Moscovo. Lembrando que “a Ucrânia é um dos principais fornecedores de alimentos”, o Presidente defendeu que a guerra vai provocar “escassez de alimentos” e que “os preços vão subir”. “Esta é a realidade para milhões de pessoas que passam fome e para as quais será mais difícil alimentar as famílias”, disse, num discurso dirigido ao parlamento irlandês.
  • O The Wall Street Journal noticiou que as novas sanções europeias, que serão adotadas em resposta ao massacre de Bucha, deverão incluir as filhas de Putin. O jornal, que citou fontes diplomáticas com conhecimento das negociações, não conseguiu apurar se as sanções serão dirigidas às filhas do Presidente russo com a ex-mulher Lyudmila Putina ou a outras eventuais filhas de Putin.
  • O The Financial Times avançou que a União Europeia está a ponderar acrescentar à lista de oligarcas russos sancionados o diretor do Sberbank, Herman Gref, e os empresários Oleg Deripaska e Boris Rotenberg. Este último é um dos sócios maioritários do SGM group, a maior construtura de gasodutos da Rússia.
  • Ainda sobre as sanções da União Europeia, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse estas deverão abranger, “mais cedo ou mais tarde”, importações de petróleo e gás russo.
  • A Sogrape, a terceira maior exportadora portuguesa para o país de Vladimir Putin, suspendeu as importações para a Rússia e a Bielorrússia. Em causa está o “movimento global da sociedade contra este conflito”.
  • Os Países Baixos apreenderam 14 iates de oligarcas russos que estão em estaleiros, revelou o ministro dos Negócios Estrangeiros, no mesmo dia em que a Grécia se juntou à lista de países que decidiram expulsar diplomatas de nacionalidade russa. Segundo a informação divulgada pelo governo russo, foram expulsos 12 funcionários de embaixadas por não terem agido de acordo com as normas internacionais.
  • As forças russas controlam 60% da cidade de Rubizhne, na região de Luhansk, que há 24 horas está sob ataque. A informação foi avançada pelo governador de Luhansk, Serhiy Gaidai.

O que aconteceu durante a madrugada?

  • Os procuradores ucranianos estão a investigar 4.684 crimes de guerra alegadamente cometidos pelas tropas russas durante a invasão do território da Ucrânia, refere o The Guardian.
  • A invasão provocou, até ao momento, a morte de 167 crianças. Mais de 446 menores foram feridos durante o conflito, 279 dos quais com gravidade, informou a Procuradoria-Geral da Ucrânia, esta quarta-feira de manhã.
  • A situação humanitária em Mariupol está a piorar. De acordo com a mais recente atualização do Ministério da Defesa britânico sobre a situação na Ucrânia, mais de 1.600 residentes estão sem luz, comunicações, medicamentos, aquecimento ou água. “As forças russas bloquearam o acesso humanitário, provavelmente para levar os defensores a render-se”, disse o governo britânico, que adiantou ainda que os bombardeamentos e lutas continuam na cidade.
  • Três hospitais foram bombardeados nos últimos dois dias em Mykolaiv, revelaram os Médios Sem Fronteiras (MSF). Michel-Olivier Lacharité, responsável da missão dos MSF na Ucrânia, adiantou à BBC que os hospitais ficam em zonas residenciais.
  • As forças russas dispararam um míssil contra a refinaria de petróleo em Dnipropetrovsk Oblast durante a noite. O depósito foi destruído e a refinaria ficou danificada, informou o Exército ucraniano.
  • O autarca de Bucha revelou à BBC que cerca de 320 civis foram mortos por tropas russas. Anatoly Fedoruk confessou ter assistido a várias execuções e que os políticos da cidade foram perseguidos pelos ocupantes. “Houve três carros civis que estavam a tentar deixar a cidade e [os seus ocupantes] foram brutalmente abatidos. O marido de uma mulher grávida estava a gritar para não a matarem e mesmo assim eles abateram-na brutalmente”, disse Fedoruk.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.