“É ridículo! Sanções progressivamente mais duras não vão funcionar com Putin”, disse o eurodeputado Guy Verhofstadt, olhos nos olhos, ao chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell. O discurso tornou-se viral nas redes sociais, nos últimos dias, com o belga a acusar a Alemanha de “arrastar os pés” e considerar “ridículas” as novas sanções que não foram muito além da proibição das importações de carvão russo (que vale apenas 3% das importações europeias vindas da Rússia).

“Pacotes de sanções progressivas não funcionam quando estamos perante um autocrata. Isso funciona quando estamos a lidar com uma democracia, onde há uma verdadeira opinião pública. Na Rússia, já não há uma verdadeira opinião pública”, afirmou Guy Verhofstadt, ao estilo animado e frontal que lhe é característico.

Além de considerar “ridículas” as sanções económicas e financeiras, o eurodeputado lamentou que se continue sem penalizar verdadeiramente os oligarcas russos e “as 6.000 pessoas que trabalham verdadeiramente com Putin” – “nós sabemos quem elas são, temos a lista, [o opositor russo] Alexei Navalny fez essa lista“.

“São essas pessoas que é necessário penalizar”, atirou o eurodeputado belga.

Guy Verhofstadt terminou com um pedido: “É hora de mudar a estratégia. É tempo de marcar um novo Conselho Europeu o mais rapidamente possível, para avançar imediatamente para o pacote total de sanções“, o que incluiria a proibição das importações russas de petróleo e gás natural.

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Tudo o resto, que não seja isso, apenas irá prolongar a guerra. Apenas irá resultar em mais matanças de ucranianos”, atirou Guy Verhofstadt, terminando o discurso dizendo que “depois dos horrores da Segunda Grande Guerra, emergiu uma Alemanha forte e democrática. É dessa Alemanha que esperamos liderança, não um arrastar dos pés como aquele que estamos a ver hoje em dia“.

Conselheiro de Zelensky em entrevista ao Observador. “Estamos a dar-lhes uma coça. Esta guerra será o fim de Putin”