Está a dirigir-se para a região de Donbass uma caravana de veículos militares com 13 quilómetros de extensão, no que poderá ser a preparação para a mãe de todas as batalhas, neste que é o 46.º dia após a invasão russa da Ucrânia.
O Presidente ucraniano confirma que existe a expectativa de uma “batalha dura” no leste do país e pede mais armas e equipamento militar ao Ocidente, porque a ajuda que já foi entregue “não é suficiente”. Mas o governo alemão, pela boca da ministra da Defesa, alertou que a Alemanha “já atingiu o limite” na quantidade de meios militares que pode ceder a Kiev.
O que aconteceu durante a tarde?
- Quase três mil pessoas saíram pelos corredores humanitários este domingo. No entanto, continuam a existir dificuldades em Mariupol e Lugansk, uma vez que os bombardeamentos continuam.
- O ataque à estação de comboios em Kramatorsk fez, até agora, 57 mortes e 109 feridos, segundo a informação divulgada este domingo pelo governador da região de Donetsk.
- As forças russas estão, com o apoio de 200 veículos militares, a atravessar os arredores de Kharkiv a caminho de Donbas. A nova coluna russa tem 13 quilómetros. Também na região de Kharkiv, as autoridades ucranianas avançaram que morreram dez pessoas, incluindo uma criança, na sequência de dos vários bombardeamentos feitos durante o fim de semana.
- Também este domingo, a Ucrânia deu por iniciada a ofensiva final das tropas russas contra a região de Donbas, no leste do país, disse o conselheiro presidencial ucraniano Oleksii Arestóvich.
- Karl Nehammer, chanceler da Áustria, vai encontrar-se com Putin esta segunda-feira. Este é o primeiro encontro de um líder europeu com Putin.
- A ONU fez um novo balanço sobre o impacto desta guerra e avançou que já morreram quase 1.800 pessoas e mais de 2.400 ficaram feridas. E alerta para o facto de os números reais poderem ser “consideravelmente mais altos”.
- Os funcionários da central nuclear de Chernobyl foram rendidos este domingo, pela primeira vez nas últimas três semanas.
- Um ataque com mísseis atingiu o aeroporto de Dnipro, este domingo, e provocou, pelo menos, cinco feridos.
- Dmytro Kuleba disse que Alemanha e França cometeram um “erro estratégico” ao não deixar a Ucrânia entrar na NATO, em 2008. “Não é a Alemanha ou a França que estão a pagar o preço por esse erro, é a Ucrânia.”
- Mantas Kvedaravičius, documentarista que morreu em Mariupol, terá sido morto e atirado à rua, ao contrário daquilo que tinha sido avançado inicialmente, que indicava que tinha sido atingido por um míssil.
- Josep Borrell convocou reunião de comités da União Europeia para discutir apoio militar, devido aos “ataques iminentes” nas regiões de Donbas e Sul.
- Ucrânia acusou a Rússia de ter roubado substâncias radioativas de laboratórios em Chernobyl. De acordo com a agência estatal ucraniana que gere a Zona de Exclusão, os militares russos terão levado 133 substâncias perigosas.
- Ucrânia abriu 5.600 investigações por alegados crimes de guerra, desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia. E identificou 500 suspeitos de cometer tais crimes.
- Portugal aceitou quase 30 mil pedidos de proteção temporária de cidadãos ucranianos e estrangeiros residentes na Ucrânia.
O que aconteceu durante a manhã?
- As forças russas continuam a bombardear as regiões de Lugansk e Dnipro e, nesta última região, um aeroporto terá sido totalmente destruído. Em Kharkiv, um bombardeamento terá matado duas pessoas.
- Mais de 1.200 cadáveres foram encontrados na região de Kiev, disse neste domingo o Ministério Público ucraniano. A procuradora-geral ucraniana, Iryna Venediktova, acrescentou que a Ucrânia abriu 5.600 investigações por alegados crimes de guerra cometidos no território, desde o início da invasão russa.
- Só agora começam a surgir mais detalhes sobre a viagem de Boris Johnson à capital de Kiev, que não teve pré-aviso público mas em torno da qual Downing Street montou uma operação mediática de grande eficácia. O diretor de comunicação da ferroviária nacional ucraniana divulgou um vídeo onde Boris Johnson aparece a bordo de um comboio – terá sido dessa forma que o primeiro-ministro britânico viajou da Polónia até Kiev.
- O Papa Francisco pediu, neste domingo, que haja um cessar-fogo na Ucrânia, na aproximação dos feriados da Páscoa. E pediu o fim da “loucura da guerra” num “mundo violento e ferido”.
O que aconteceu durante a madrugada?
- O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, terminou mais um longo dia (que incluiu receber Boris Johnson e com ele dar um passeio pelas ruas de Kiev) com um discurso à nação. A principal mensagem transmitida pelo líder da Ucrânia foi afirmar que a agressão russa “não se destinava a ser limitada apenas à Ucrânia” e que “todo o projeto europeu é um alvo para a Rússia”.
- Ao mesmo tempo que falava Zelensky, surgiam imagens de satélite que mostram uma caravana de veículos militares russos, com uma extensão de 13 quilómetros, a dirigir-se para a região de Donbass, no leste da Ucrânia. Mais de seis semanas após o início da invasão, a Rússia retirou as suas tropas da parte norte da Ucrânia, em torno de Kiev, e voltou a concentrá-las no leste do país.
- Numa entrevista à Associated Press, o Presidente ucraniano indicou que a Ucrânia vai continuar a lutar duas guerras em simultâneo: as batalhas no terreno e, por outro lado, o esforço diplomático para “acabar com esta guerra“.
- Noutra região da Ucrânia, nesta fase estão a acontecer bombardeamentos russos em Mariupol, no Mar de Azov, que impedem a retirada de civis através de vários corredores humanitários acordados entre os dois países. As autoridades ucranianas estimam que cerca de 100 mil pessoas permaneçam em Mariupol, no leste do país, que antes da invasão lançada pela Rússia tinha uma população de 430 mil pessoas.
- Ao final da noite de sábado, um bombardeamento russo na região de Donetsk matou cinco pessoas. Perto de Kiev, uma nova vala comum com mais civis mortos foi encontrada perto da cidade de Buzova.
- Em entrevista ao britânico The Telegraph, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que a Aliança Atlântica está a ponderar o estabelecimento de uma presença militar permanente na Europa de Leste para repelir uma possível invasão russa. “Independentemente de quando e como termine a guerra na Ucrânia, a guerra já teve consequências de longo prazo para a nossa segurança”, disse Stoltenberg.