O batalhão Azov, unidade militar com fortes ligações à extrema-direita que combate as tropas russas em território ucraniano desde 2014 — e que tem sede em Mariupol, na região costeira do mar de Azov —, partilhou esta terça-feira um vídeo através da rede social Telegram com novos elementos de acusação às forças russas. Isto depois de este regimento ter acusado o Kremlin esta segunda-feira de utilização de armas químicas em Mariupol.

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Num vídeo, um aparente militar ucraniano é filmado a dizer que “ontem os ocupantes usaram uma substância venenosa de origem desconhecida em militares e civis de Mariupol”. O “epicentro” do ataque não foi, acrescenta este militar, um local próximo de civis, pelo que “o contacto com a substância foi mínimo”. Já a deteção clara de que substância química terá sido usada fica impossibilitada por Mariupol estar sitiada e sob constante ataque, refere também. “O epicentro do ataque está sob fogo russo, porque querem esconder as provas do crime”, acusa ainda o militar.

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No vídeo, o militar ucraniano lembra ainda que Mariupol “está a ser diariamente atacada por aeronaves, navios, sistemas poderosos de lança-chamas, artilharia e munições de fósforo”. A acusação relativa à utilização de munições de fósforo é uma denúncia do exército ucraniano, ainda por confirmar por fontes independentes e externas.

É ainda relatado que existem “algumas vítimas com sintomas do impacto de armas químicas” no vídeo — sintomas como hiperemia (superabundância de sangue localizada), alta pressão arterial e inflamação das fauces (espaço entre a raiz da língua e a faringe), entre outros.

São ainda filmadas alegadas testemunhas e feridos do ataque. Uma das testemunhas, do sexo masculino, relata ter visto “fumo branco” e ter sentido — como outras pessoas próxima — sintomas como “fraqueza, taquicardia, incapacidade de nos movermos, zumbidos nos ouvidos, gente a cair e incapaz de fazer o que quer que fosse”. Outra, do sexo feminino, surge deitada, aparentemente débil, de máscara colocada na cara — entre os civis, é quem ficou pior, dizem os Azov. E um outro alegado ferido, do sexo masculino, foi filmado deitado, parecendo ter ficado com a vista afetada: “Ouvimos uma explosão, fomos ver o que tinha acontecido. Levantámo-nos e vi uma espécie de nevoeiro, mais estilo fumo branco. Fiquei sem fôlego, era difícil respirar, mal o conseguia. Fiquei imediatamente a sentir-me tonto, parecia que as minhas pernas eram feitas de algodão”.

Numa outra mensagem, partilhada em inglês também pelo Telegram, o batalhão Azov diz que os civis afetados estão, globalmente, “numa condição relativamente satisfatória” dado que o contacto com a tal substância foi muito reduzido. O epicentro do alegado ataque, dizem, estava mais próximo de uma base militar do que da população civil. “É impossível investigar a cena do crime devido ao fogo inimigo”, acrescentam, dizendo que um militar ficou “numa condição moderada” e outros dois estão “sob vigilância médica constante”.