O ex-chefe das secretas russas não é o único a sofrer consequências das falhas na invasão à Ucrânia já que Putin poderá ter ordenado a expulsão de 150 oficiais do FSB, os serviços de inteligência da Rússia, herdeiros da extinta KGB. A informação foi avançada por Christo Grozev, o diretor-executivo do site de jornalismo de investigação Bellingcat, com sede na Holanda, numa entrevista no Youtube a um canal independente.

Após estar em prisão domiciliária, um dos ex-chefes dos serviços secretos russo foi enviado para cadeia de alta segurança

Ao canal Popular Politics, Christo Grozev explicou no domigno que “uma parte significativa” dos “150 oficiais que estiveram envolvidos na operação na Ucrânia” “deixaram de trabalhar” no 5.º Serviço do FSB, o Serviço de Informações Operacionais e Relações Internacionais que é responsável pelas relações com os congéneres estrangeiros.

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Bom, se não foram presos, definitivamente já não trabalham lá. A limpeza foi feita, dentro de alguns dias, espero que brevemente, mais informação sobre estas pessoas se tornem públicas“, disse Grozev.

As demissões são consequência dos relatos feitos pelos oficiais do FSB “com informações não confiáveis e demasiado otimistas sobre a Ucrânia” que poderão ter contribuído para o fracasso da ofensiva militar, acrescenta o The Times.

Os oficiais do Departamento de Informações Operacionais, que opera na dependência do 5.º Serviço, terão fornecido a Putin informações falsas sobre o potencial militar e a mobilização ucraniana, além de alterar a atitude da Ucrânia face à Rússia, uma conjugação de fatores que analistas externos apontam como uma das principais razões para as falhas na ofensiva russa que tinha por objetivo dominar a Ucrânia em poucos dias.

O 5.º Serviço foi criado por Vladimir Putin, em 1998, quando era diretor do FSB  para realizar operações nos países da antiga União Soviética com o objetivo de mantê-los na órbita da Rússia.