Volodymyr Zelensky lamentou, esta segunda-feira, que a Ucrânia seja “atualmente” um dos “territórios mais contaminados por minas no mundo”. “Acredito que isso também deve considerado um crime de guerra levado a cabo pelas tropas russas”, afirmou o Presidente ucraniano, no habitual vídeo diário, no qual denunciou que os “ocupantes deixaram minas em todo o lado”: “Nas casas que destruíram. Nas ruas, nos campos. Elas deixaram minas nas propriedades das pessoas, em carros, portas.”

“Eles conscientemente fizeram tudo para fazer que o regresso depois da desocupação fosse o mais perigoso possível”, prosseguiu o chefe de Estado no seu discurso ao país, reforçando que as forças russas “fizeram tudo” para “matar ou mutilar” o máximo de ucranianos possível. 

Após os relatos que davam conta do uso de armas químicas em Mariupol, Volodymyr Zelensky não os confirmou (mas também não os desmentiu). Contudo, avisou que tal cenário pode mesmo acontecer, aproveitando para lembrar os “líderes mundiais que o uso de armas químicas pelas forças russas já foi discutido”, bem as sanções que lhe seguiam.

Ainda no que diz respeito às sanções, o Presidente ucraniano lembrou que a “União Europeia começou a discutir o sexto pacote de sanções contra a Rússia” e pediu para que o mesmo fosse verdadeiramente duro. “É tempo de fazer esse pacote suficiente para não ouvirmos nem mais uma palavra sobre armas de destruição massiva por parte da Rússia”, disse, apelando a um “embargo às importações de petróleo”: “Qualquer pacote de sanções que não afete o petróleo será recebido em Moscovo com um sorriso”.

Outro dos temas abordado na mensagem de Zelensky foi a questão do armamento, de que a Ucrânia “ainda continua dependente” por parte “dos parceiros”. “Infelizmente, não estamos a ter as armas necessárias para acabar com esta guerra mais cedo. Para destruir completamente o inimigo na nossa terra. E para cumprir essas tarefas que são óbvias. Em particular, desbloquear Mariupol.”

Sobre os crimes de guerra, Volodymyr Zelensky indicou ter-se encontrado, em Kiev, com um grupo de especialistas que lhe falaram sobre um “mecanismo especial” para o início da investigação e revisão judicial de “todos os crimes de guerra cometidos pelos ocupantes”. “Estamos a trabalhar para conseguir trazer os ocupantes à justiça, que será o mais efetivo e rápido possível“, prometeu o Presidente ucraniano, que vincou que não quer “esperar décadas até os procedimentos legais estarem concluídos”.

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