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Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 53.º dia do conflito

Este artigo tem mais de 2 anos

Após o ultimato russo para que Mariupol se renda, não há sinais de que a Ucrânia vá depor as armas. Pelo contrário. Um deputado de Odessa garante que as tropas “vão lutar até ao fim".

Aftermath Of Russian Army Occupation Of Borodianka, Ukraine
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As Forças Armadas da Ucrânia acreditam que Moscovo está a preparar-se para uma operação naval na cidade

Celestino Arce/NurPhoto via Getty Images

As Forças Armadas da Ucrânia acreditam que Moscovo está a preparar-se para uma operação naval na cidade

Celestino Arce/NurPhoto via Getty Images

Ao 53.º dia de guerra na Ucrânia, as atenções continuam viradas para Mariupol, depois de a Rússia ter feito um ultimato às forças ucranianas para que se rendam — e, assim, vejam a sua vida poupada. Até ao momento, não há sinais que levem a crer que a Ucrânia acedeu ao ultimato. Até pelo contrário, dado que nas declarações públicas recentes as autoridades ucranianas dizem que continuam a defender a cidade sitiada e aí vão continuar “até ao fim”.

Também na capital os confrontos têm continuado e Kiev voltou a acordar com o som de explosões. Na cidade de Brovary, na região de Kiev, uma fábrica de munições foi atingida por mísseis, segundo o Ministério da Defesa da Rússia. Outros ataques aéreos terão destruído radares de defesa aérea ucranianos perto de Sievierodonetsk, no leste, e vários outros depósitos de munição em outros lugares.

Kharkiv, no leste do país, também está sob fogo, com o governador a indicar que a região foi bombardeada 23 vezes nas últimas 24 horas.

Mapa atualizado a 17 de abril

Aqui fica um ponto de situação para compreender o que aconteceu nas últimas horas. Pode também seguir os desenvolvimentos, minuto a minuto, no liveblog do Observador.

O que se passou durante a tarde?

  • A Ucrânia pediu aos países do G7 um apoio financeiro de 50 mil milhões de dólares (46 mil milhões de euros) para ajudar a cobrir o défice orçamental nos próximos seis meses e o esforço de guerra.
  • A comissária do parlamento ucraniano para os direitos humanos, Lyudmyla Denisova, disse este domingo que mais de 100.000 civis em Mariupol sofrem com a escassez de água e comida.
  • “A falência do Estado russo é apenas uma questão de tempo”, disse Von der Leyen ao jornal alemão Bild am Sonntag, citada pela agência oficial russa TASS.
  • Subiu para 41 o número de corpos encontrados nos escombros dos edifícios residenciais destruídos em bombardeamentos russos na cidade de Borodianka, na região de Kiev.
  • As forças ucranianas continuam a resistir na cidade de Mariupol e recusam render-se perante o ultimato da Rússia. A garantia é do primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, à ABC.
  • Entrada em vigor da proibição de circulação de camiões russos e bielorrussos na UE provocou filas de 80 quilómetros na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia. Alguns esperaram mais de 30 horas.
  • Numa entrevista à CNN, transmitida este domingo, Volodymyr Zelensk incitou o presidente dos Estados Unidos da América a visitar a Ucrânia, depois de o primeiro-ministro britânico ter feito uma visita surpresa a Kiev na semana passada.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, defendeu no domingo que a situação em Mariupol pode ser uma “linha vermelha” nas negociações com a Rússia e que o cenário é “desolador” na cidade, que “já não existe”.
  • Um míssil atingiu uma cozinha comunitária em Kharkiv da World Central Kitchen, do chef espanhol José Andrés. Quatro funcionários do restaurante ficaram feridos. Ataque fez dois mortos.
  • Um busto do comandante soviético Georgy Zhukov, considerado para a Rússia um herói da Segunda Guerra Mundial, foi derrubado em Kharkiv por militares ucranianos, de acordo com a agência bielorrussa Nexta.
  • Bombardeamento em Kharkiv fez cinco mortos e 20 feridos.
  • O presidente ucraniano partilhou ao início da noite um tweet onde diz ter discutido com a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, a “questão de garantir a estabilidade financeira da Ucrânia e os preparativos para a reconstrução pós-guerra”.
  • Segundo Petro Andriushchenko, assessor do autarca de Mariupol, as forças russas anunciaram que as entradas e as saídas na cidade sitiada serão proibidas já esta segunda-feira. Vai ser criado um sistema de passes.
  • Cerca de 40 marinheiros morreram, vários estão desaparecidos e muitos outros feridos na sequência do afundamento do navio-almirante da frota russa no Mar Negro, o Moskva, de acordo com jornal russo independente Novaya Gazeta Europa.

O que se passou durante a manhã?

  • Horas depois de a Rússia ter feito um ultimato às forças ucranianas para abandonarem a cidade sitiada de Mariupol — ou se rendem ou morrem — os militares ucranianos mantêm a defesa e, assegura a Ucrânia, recusam depor as armas. Até ao momento, não há sinais nem relatos de movimentações que apontem para uma saída das tropas. O deputado de Odessa Oleksiy Goncharenko garantiu isso mesmo à BBC: os militares em Mariupol “vão lutar até ao fim”.
  • As Forças Armadas da Ucrânia estão em alerta em relação a Mariupol  e acreditam que Moscovo está a preparar-se para uma operação naval na cidade. Segundo avançam as forças armadas nas suas redes sociais, foi detetado movimento de unidades russas para a Ucrânia das regiões russas de Kursk, Bryansk e Voronezh.
  • Esta é uma “Páscoa de guerra”, caraterizou o Papa Francisco, este domingo, durante a missa de Páscoa a que presidiu na Praça de São Pedro. Segundo a Reuters, Francisco pediu aos líderes que oiçam o apelo pela paz na Ucrânia. E, implicitamente, apontou ao dedo à Rússia por manter um conflito “cruel e sem sentido”. 
  • A Rússia mostrou preocupação com a intensificação da atividade das forças da NATO no Ártico. De acordo com a Reuters, que cita a agência de notícias estatal Tass, a Rússia considera que há riscos de “incidentes não intencionais” na região. 
  • Este domingo, não há corredores humanitários. Ucrânia e Rússia não conseguiram chegar a acordo, pelo que não haverá rotas seguras para a retirada de civis. 
  • Pelo segundo dia consecutivo, Kiev acordou com o som de explosões. Durante a noite, as sirenes já tinham sido ouvidas em quase toda a Ucrânia.
  • A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, avançou que a União Europeia está a preparar sanções que vão atingir diretamente o Sberbank, o maior banco da Rússia. Este anúncio mostra, assim, que a nova onda de sanções europeias vai seguir a linha das adotadas pelos EUA e Reino Unido. Até aqui, o Sberbank tem sido poupado pelas sanções europeias por ser um dos principais canais para pagamentos de petróleo e gás da Rússia.
  • O governador da região de Kharkiv diz que a região foi bombardeada 23 vezes nas últimas 24 horas, causando três mortos. Além disso, ficaram feridas 31 pessoas, incluindo quatro crianças. 
  • Uma fábrica de munições na cidade de Brovary, na região de Kiev, foi atingida por mísseis, segundo o Ministério da Defesa da Rússia. Outros ataques aéreos terão destruído radares de defesa aérea ucranianos perto de Sievierodonetsk, no leste, e vários outros depósitos de munição em outros lugares.
  • A Bulgária proibiu a entrada de navios de bandeira russa nos seus portos do Mar Negro como parte das sanções da União Europeia, anunciou a Administração Marítima do país.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros finlandês foi claro: diga Moscovo o que disser, a Finlândia mantém os seus planos de aderir à NATO. Já a Rússia voltou a ameaçar os dois países nórdicos neutros sobre as “graves consequências” que enfrentarão caso se juntem à Aliança Atlântica.
  • O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, lamentou a aparente ineficácia do “diálogo” com Vladimir Putin, observando que todas as vias possíveis de diálogo não impediram que o “horror” continuasse na Ucrânia.
  • Vladimir Putin esteve também no centro das declarações de Nina Khrushcheva, a bisneta do histórico líder soviético Nikita Khrushchev, à BBC. Khrushcheva acredita que o líder russo vai tentar “ganhar a guerra a qualquer custo” e que o Kremlin pode considerar usar armas nucleares.

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