O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, defendeu esta terça-feira que já começou uma nova fase da “operação especial” na Ucrânia — e será, diz, “um momento muito importante”. As declarações surgem depois de a Ucrânia confirmar que as forças russas já controlam a cidade de Kreminna, no Donbass.
“Esta operação no leste da Ucrânia pretende, como anunciado desde o início, libertar totalmente as repúblicas de Donetsk e Lugansk”, afirmou numa entrevista ao India Today, citada pela CNN. “Outra etapa desta operação está a começar e estou certo de que será um momento muito importante de toda esta operação especial”, acrescentou.
Quando questionado sobre se a Rússia planeia usar armas nucleares na Ucrânia, Lavrov disse que essas alegações vêm do lado ucraniano e, em específico, de Volodymyr Zelensky. E assegura que a Rússia tem sido contra o uso dessas armas.
“Em 1987, Gorbachev e Reagan decidiram que têm uma responsabilidade social pela paz neste planeta, assinaram uma declaração solene de que não poderia haver vencedores numa guerra nuclear e que, por isso, uma guerra nuclear nunca deve ser iniciada”, respondeu.
Lavrov também disse que os relatórios sobre as atrocidades cometidas pelas forças russas em Bucha são “encenados”.
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Rússia acusa EUA e aliados de quererem guerra “até ao último ucraniano”
O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, acusou esta terça-feira os Estados Unidos e os seus aliados de estarem a fazer tudo para arrastar a guerra na Ucrânia “até ao último ucraniano”.
Shoigu reafirmou que a intervenção russa visa “libertar as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk”, no leste da Ucrânia, mas disse que “os Estados Unidos, e os estados ocidentais que controla”, estão a tentar que a operação “dure o máximo de tempo possível”.
“As entregas crescentes de armas estrangeiras demonstram claramente a sua intenção de que o regime de Kiev deve lutar até ao último ucraniano”, afirmou, citado pela agência oficial TASS, nas suas primeiras declarações públicas desde o final de março, transmitidas pela televisão.
O ministro da Defesa disse ainda que as forças russas estão a cumprir na Ucrânia “as tarefas estabelecidas pelo comandante supremo”, o Presidente Vladimir Putin.