Depois do fecho dos mercados em Wall Street, a Tesla anunciou os resultados referentes ao 1.º trimestre de 2022 e, novamente, os números ficaram acima das estimativas dos analistas, que previam receitas de 17,8 mil milhões de dólares e um lucro por acção de 2,26 dólares.
Nos primeiros três meses do ano, o fabricante norte-americano de veículos eléctricos facturou 18,76 mil milhões de dólares, o que representa um incremento de 81% face ao período homólogo de 2020 (10,39 mil milhões), vendo o lucro por acção atingir 2,86 dólares e o lucro líquido ascender a um recorde de 3,32 mil milhões de dólares, novo máximo que traduz uma subida de 658%, comparando com os 438 milhões de dólares de lucro atingidos em igual período de 2020. Face ao quarto trimestre de 2021, a subida foi de cerca de 1000 milhões de dólares.
Tudo isto com atrasos de produção na China e ainda sem o contributo da Gigafactory Berlim, que só arrancou no final de Março. Ainda assim, o construtor alerta que os problemas na cadeia de fornecimento estão longe de terminar. Pelo contrário, a perspectiva da empresa é que continuarão a ser uma limitação até ao final de 2022, com a Tesla a sublinhar que, precisamente por esse motivo, tem praticamente todas as suas fábricas a operar abaixo da capacidade instalada há vários meses.
Ainda assim, a empresa liderada por Elon Musk conseguiu entregar 310.048 veículos a clientes no primeiro trimestre de 2022, num contexto que o CEO, Elon Musk, descreveu como “excepcionalmente difícil”. Nada que o impeça, contudo, de apontar a um total de 1,5 milhões de veículos produzidos no final de 2022.
As vendas de automóveis da marca norte-americana continuam a aumentar, conforme aqui noticiámos, e o mesmo acontece com a venda de créditos de emissões de dióxido de carbono (CO2), que resultaram num encaixe de 679 milhões de dólares de Janeiro a Março. Esta fonte de receita, de que a Tesla usufrui porque comercializa exclusivamente veículos a bateria e pode vender os seus créditos de CO2 aos fabricantes que se arriscam a pagar multas por excederem os limites de emissões estabelecidos, mais do que duplicou face ao 4.º trimestre de 2021, período em que a marca arrecadou “apenas” 314 milhões.
Antes de impostos, juros e amortizações, os resultados ajustados fixaram-se nos 5073 milhões de dólares, a que corresponde uma subida de 173% do EBITDA. Igualmente impressionante é a margem de lucro bruta conseguida pela Tesla, que depois de atingir 26,5% no 1º trimestre de 2021, saltou para 32,9% no período homólogo de 2022.