O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou este domingo que foram retirados cerca de 100 civis da fábrica Azovstal, na cidade portuária de Mariupol, sitiada há vários dias pelas forças russas, numa operação que começou no sábado.

Na conta oficial na rede social Twitter, Zelensky anunciou que um primeiro grupo de cerca de 100 pessoas “já está a caminho” da área controlada pela Ucrânia, acrescentando que, na segunda-feira, se encontrará com eles em Zaporíjia, no sul do país.

“Agradeço à nossa equipa. Agora, juntamente com a ONU, ela está a trabalhar na retirada de mais civis da fábrica”, escreveu o Presidente ucraniano.

A ONU confirmou que a operação de retirada de civis do reduto da fábrica Azovstal, em Mariupol, no sudeste da Ucrânia e cercado por forças russas, prossegue este domingo, em coordenação com o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

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ONU confirma que prossegue retirada de civis em Mariupol

“A ONU confirma que uma operação de evacuação está em andamento no complexo siderúrgico Azovstal, em coordenação com o CICV e as partes em conflito”, adiantou à AFP Jens Laerke, porta-voz do gabinete de coordenação de Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU), sem adiantar mais detalhes, por questões de segurança.

Segundo as agências oficiais russas TASS e RIA Nóvosti, mais 40 civis foram este domingo retirados do reduto da fábrica Azovstal.

Os civis — 18 homens, 14 mulheres e oito crianças — foram retirados do local e levados em três autocarros para um acampamento na cidade de Bezimenne, tendo o comboio humanitário seguido posteriormente em direção a Novoazovsk.

O corredor humanitário é da responsabilidade da ONU e do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e foi organizado em conjunto com as autoridades ucranianas e russas.

No sábado, o Ministério da Defesa russo anunciou que quase meia centena de civis tinham sido retirados do reduto da fábrica Azovstal.

Segundo o ministério russo, durante a tarde de sábado, 25 civis saíram do local e, ao início da noite, um segundo grupo formado por 21 pessoas abandonou também a unidade metalúrgica, sendo transportados para Bezimenoye”, uma cidade a leste de Mariupol, a meio caminho entre esta cidade portuária e a fronteira russa.

Na fábrica de Azovstal há cerca de mil civis refugiados, juntamente com cerca de 2.000 soldados ucranianos que ainda resistem aos bombardeamentos russos, havendo ainda a registar cerca de 500 feridos entre as pessoas que ali estão refugiadas.

A Rússia deu a cidade de Mariupol como “libertada” e começou a enviar tropas de Mariupol para a região de Donbass, no leste do país, de acordo com as informações veiculadas pelo Estado-Maior da Ucrânia e confirmadas também pelo Pentágono.

O Presidente russo decretou que a fábrica não deveria ser atacada, mas disse que o bloqueio às instalações teria de ser rígido ao ponto de “nem uma mosca conseguir sair”.