Falar já não chega, temos de agir“. A influente Isabel Schnabel, membro destacado do conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE), confirmou esta quarta-feira que a autoridade monetária poderá subir as taxas de juro já em julho para combater a taxa de inflação “extremamente elevada” que existe na zona euro.

Em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt, a diretora do BCE que é responsável pelas operações de mercado da autoridade monetária reconheceu que a subida rápida da taxa de inflação obriga a medidas nos próximos meses. A taxa de inflação na zona euro atingiu os 7,5% no mês passado, mas mesmo a inflação subjacente – que não inclui preços da energia – já está perto dos 4%, o que indica que mesmo que os preços da energia baixassem a partir de agora a inflação geral poderia não diminuir.

O BCE tem como objetivo de médio prazo a obtenção de uma taxa de inflação de 2%, pelo que os 7,5% do último mês representam quase quatro vezes esse objetivo.

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A presidente do BCE, Christine Lagarde, pediu recentemente aos diferentes governadores nacionais para se coibirem de dar entrevistas partilhando a sua visão sobre o que a autoridade monetária deve fazer. Mas a alemã Isabel Schnabel, que não faz parte do conselho de governadores mas, sim, do conselho executivo, comenta que “falar já não chega, temos de agir“.

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Recorde-se que, ainda em novembro, Christine Lagarde visitou Lisboa e considerou “muito improvável” que se reunissem as condições para justificar uma subida das taxas de juro em 2022. Cerca de seis meses volvidos, parece quase certo que essa primeira subida das taxas de juro na zona euro virá não só antes do final do ano como poderá vir já este verão.

Depois do final da última conferência de imprensa do BCE, “fontes conhecedoras do processo” indicaram à agência financeira Bloomberg que “está a formar-se um consenso crescente” entre os membros do Conselho do BCE no sentido de se avançar para uma mexida nas taxas de juro algures entre julho e setembro.

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