Com a guerra na Ucrânia a entrar no 71.ª dia, surge agora um vídeo, gravado por um drone de vigilância, no qual se pode observar a destruição da cidade ucraniana de Popasna, um exemplo do impacto do conflito nas regiões orientais de Lugansk e Donetsk.

O vídeo, de 22 minutos, foi inicialmente publicado por um canal pró-russo no Telegram. Está também disponível no Youtube e a ser partilhado por órgãos de comunicação social como o jornal britânico The Telegraph e a cadeia de televisão norte-americana CNN, que identificam as forças russas como sendo o Grupo Wagner, companhia de mercenários que tem sido ligado so Kremlin, sendo algumas vezes apelidado de o “exército privado” de Putin.

https://www.youtube.com/watch?v=b-XlBDZt4UE&ab_channel=BattleZone

As imagens captadas mostram que inúmeras propriedades no centro da cidade ucraniana, na região de Lugansk, ficaram totalmente destruídas ou danificadas.

Os russos não estão só a destruir Popasna. Estão a removê-la do mapa da região de Lugansk”, denunciou o chefe regional da administração militar, Serhiy Hayday, citado pela CNN.

Não é claro quando é que o vídeo foi filmado, mas a CNN garante que geolocalizou e confirmou a veracidade do vídeo.

A gravação começa com um ataque de artilharia junto a uma trincheira. Um soldado ucraniano é visto a fugir e a refugiar-se numa casa, onde é seguido por quatro outros militares. Veem-se então o que parecem ser soldados russos — identificados pelo The Telegraph como sendo do Grupo Wagner, citando para isso o blogger pró-russo que divulgou o vídeo —  a entrar na trincheira (a partir do minuto 1.41 do vídeo)  e a aproximar-se de uma das casas onde entraram os ucranianos. grupo wagner ataca povoação ucraniana

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A partir do refúgio são lançadas duas granadas (a partir do minuto 5.30 do vídeo), ao que se segue a resposta de um soldado russo, que atira pelo menos quatro.

Novo plano (a partir do minuto 7.40) mostra a seguir o que parecem ser pelo menos seis soldados ucranianos deitados com a barriga para baixo no chão, levantando-se depois com as mãos na cabeça.

De acordo com o The Guardian, os ataques e bombardeamentos intensificaram-se na região separatistas de Lugansk, sendo Popasna uma das zonas mais afetadas pelo conflito e onde nos últimos dias têm decorrido combates intensos.

Esta quarta-feira, o autarca regional, Serhiy Haida, avisou que era “impossível” organizar evacuações. Já no dia 30 de abril, o o chefe da Administração Militar-Civil local revelou, no Telegram, que as tropas russas atacaram um autocarro de evacuação de civis.

A cidade ucraniana tem estado sob constantes bombardeamentos desde o início da invasão russa.