Os primeiros-ministros do Japão e da Finlândia, Fumio Kishida e Sanna Marin, expressaram esta quarta-feira a sua preocupação comum com a invasão da Ucrânia pela Rússia e afirmaram a sua vontade de “responder com firmeza” ao conflito.

Durante a sua visita oficial ao Japão, a primeira-ministra finlandesa voltou a sublinhar a disponibilidade para decidir “em breve” sobre uma possível entrada do seu país na NATO, depois do ataque russo à Ucrânia ter mudado a situação de segurança no país nórdico.

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No final da reunião realizada em Tóquio, em declarações conjuntas à imprensa, os dois líderes mostraram-se dispostos a “agir com convicção e firmeza” face à agressão russa contra o país vizinho, no âmbito da resposta coordenada entre a União Europeia e o G7, do qual o Japão faz parte.

O primeiro-ministro japonês afirmou ainda que a situação de segurança na Europa e na região Indo-Pacífico são “inseparáveis”.

Tóquio juntou-se às sucessivas rondas de sanções aplicadas pela UE, Estados Unidos e outros países contra a Rússia, e o primeiro-ministro japonês decidiu pôr fim à política de aproximação com Moscovo, na qual o Japão aposta há anos para tentar resolver a sua disputa territorial sobre as ilhas Curilas.

Kishida também tem alertado para as possíveis ramificações do conflito na Ucrânia para além da Europa, e para o aumento das atividades militares marítimas da Rússia e da China nos últimos meses na região do Pacífico.

Após a invasão russa da Ucrânia, a Finlândia e a vizinha Suécia, que também já foram alvo de agressões por parte de Moscovo no passado, mostraram-se mais dispostas a examinar a sua eventual adesão à NATO, cuja expansão para leste é vista pelo Presidente russo, Vladimir Putin, como uma ameaça.

Marin disse no mês passado que o objetivo de Helsínquia é tomar uma decisão antes da cimeira da NATO que terá lugar em Madrid no final de junho, na qual a Finlândia é convidada.

A visita de Marin a Tóquio surge depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Olaf Scholz, se ter encontrado com Kishida na capital japonesa no final de maio, com vista a reforçar a colaboração em matéria de segurança e energia face aos desafios de Moscovo.

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Kishida também receberá esta quinta-feira em Tóquio os presidentes da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e o Conselho Europeu, Charles Michel, num encontro que também será marcado pela ofensiva militar russa da Ucrânia.