As autoridades britânicas estão a investigar uma possível ligação entre o surto de hepatite aguda infantil de origem desconhecida e o possível contacto dos doentes com cães. O estudo está a ser realizado pela Agência de Segurança para a Saúde do Reino Unido e tem como base o facto de 70% das 93 crianças da amostra pertencem a famílias com cães ou tiveram alguma outra “exposição” a estes animais de exposição antes de adoecer.

“O significado desta descoberta está a ser investigado”, explica a agência, não deixando de reforçar que é muito comum as famílias inglesas terem cães como animais de estimação e que existem dados limitados sobre quantas famílias com crianças pequenas têm animais de companhia.

Hepatite aguda de origem desconhecida nas crianças. O que é, quais são os sintomas e que riscos tem esta infeção?

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Segundo o The Telegraph, as autoridades de saúde britânicas não acreditam que a ligação seja a justificação mais provável para este surto, mas consideram ser demasiado cedo para descartar a possibilidade em estudo.

Francois Balloux, diretor da University College London Genetics Institute (UGI) ouvido pelo mesmo jornal, considera que não existe nenhuma evidência científica que prove existir relação entre os animais e a infeção das crianças. “Os cães carregam os seus próprios adenovírus, incluindo o CAV-1, um agente patogénico do fígado do cão, mas não há nenhuma evidência prévia que o CAV-1 possa infetar os humanos”, recorda.

Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que foram reportados cerca de 300 casos em pelo menos 20 países, a sua maioria na Europa. No Twitter, Meera Chand, diretora de Infeções Clínicas e Emergentes da Agência de Segurança para a Saúde do Reino Unido, deixou um alerta importante: “É importante que os pais pensem que a possibilidade dos seus filhos desenvolverem a hepatite é baixa. No entanto, continuamos a lembrar a todos para estarem atentos aos sinais de hepatite, particularmente a icterícia.”