Os órgãos de comunicação social russos ridicularizam-nas, mas o exército ucraniano continua a utilizá-las. As Maxim 1910 entraram ao serviço da Ucrânia quando ainda pertencia ao império russo e agora voltam a ser vistas em combate.

Como o próprio nome indica, este modelo de metralhadoras surgiu em 1910 e algumas estão a servir para lutar contra o exército russo, desde a invasão a 24 de fevereiro. Mas porque é que continuam as forças ucranianas a usar uma arma com mais de um século? Os russos dizem que é porque não têm outras mais modernas mas a reposta pode ser outra, segundo a The Economist.

As M1910 pesam 68 kg e incluem um escudo na estrutura de duas rodas que permite que a arma seja rebocada. A revista britânica diz que são uma versão russa da primeira metralhadora automática, criada e patenteada pelo inventor norte-americano Hiram Maxim, em 1883.

Estas armas têm vantagens sobre alguns modelos mais recentes. Os gases em expansão resultantes do disparo de uma bala carregam a próxima ronda de balas e o cano de refrigeração permite que os disparos possam continuar por longos períodos de tempo. Versões da metralhadora de Maxim foram muito eficazes durante os combates na Primeira Guerra Mundial, onde foram utilizadas pelo exército do império russo.

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As metralhadoras mais modernas são muito mais leves do que as M1910 e também mais fáceis de transportar. O modelo PKM da Rússia, por exemplo, pesa menos de um quinto da M1910. No entanto, como refere a The Economist, têm uma desvantagem: não têm refrigeração.

Em 2016, as M1910 voltaram a ter estatuto de armas do governo na Ucrânia. Na época, a agência de notícias russa TASS avançava que o Ministério da Defesa ucraniano tinha dado luz verde ao uso destas metralhadoras em operações militares no sudeste do país. As armas só estão disponíveis através de um pedido, como algumas unidades de defesa ucranianas já fizeram.

O The Economist explica que as M1910 têm sido úteis em posições defensivas fixas desde a invasão russa. Estas metralhadoras não são oficialmente utilizadas por nenhum outro exército, apesar de as milícias russas na região separatista do Donbass também as usarem.