O fim da neutralidade militar da Finlândia seria um “erro”, disse este sábado o Presidente russo, Vladimir Putin, durante uma conversa telefónica com o seu homólogo finlandês, Sauli Niinistö, este sábado, segundo um comunicado do Kremlin.
“Vladimir Putin sublinhou que o fim da política tradicional de neutralidade militar seria um erro, já que não existe qualquer ameaça à segurança da Finlândia”, disse o comunicado.
O anúncio da candidatura de adesão da Finlândia à NATO, muito mal vista por Moscovo, é esperado no domingo.
“Tal mudança na orientação política do país pode ter um impacto negativo nas relações russo-finlandesas, que se desenvolveram há anos no espírito de boa vizinhança e cooperação entre parceiros, sendo mutuamente benéficas”, referiu o comunicado do Kremlin.
Os dois líderes também discutiram a situação na Ucrânia, que foi invadida pela Rússia em 24 de fevereiro. “A conversa foi direta e decorreu sem contrariedades. Evitar as tensões foi o ponto considerado relevante”, disse o chefe de Estado finlandês em comunicado.
Putin informou o seu homólogo finlandês sobre “o estado das negociações russo-ucranianas, praticamente suspensas por Kiev, que não manifesta algum interesse num diálogo construtivo e sério”, segundo a mesma fonte.
Na quinta-feira, a Finlândia, que tem uma longa fronteira com a Rússia, anunciou o desejo de passar a integrar a NATO, devendo formalizar o pedido de adesão no domingo, que será anunciado em conferência de imprensa pelo presidente Sauli Niinistö e a primeira-ministra Sanna Marin.
Assim que Helsínquia anunciou os seus planos de adesão à NATO, Moscovo alertou que adotaria medidas “técnico-militares”, já que esta decisão ameaça a segurança do país ao abrir um novo flanco da Aliança Atlântica no norte do continente europeu.
A entrada finlandesa na NATO dobraria a fronteira da Federação Russa com a Aliança Atlântica, já que a Rússia compartilha 1.300 quilómetros de fronteira com a Finlândia. A Rússia agora tem fronteira com os seguintes membros do bloco ocidental: Polónia, Noruega, Estónia, Letónia e Lituânia, além de uma fronteira marítima de 49 quilómetros com os Estados Unidos.
A Suécia e a Finlândia podem abandonar o estatuto neutral que mantêm desde a II Guerra Mundial ao aderirem à NATO, situação provocada pela invasão da Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro.
Durante a noite, a Rússia cortou o fornecimento de eletricidade à Finlândia, tal como tinha sido anunciado na sexta-feira pelo exportador.