Os presidentes da Associação de Bares da Movida do Porto e da Associação de Bares da Zona Histórica afirmaram, esta quinta-feira, não querer o regresso da obrigatoriedade do uso de máscara no interior dos espaços de diversão noturna da cidade.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação de Bares da Movida do Porto, Miguel Camões, afirmou que a associação “não se pronuncia sobre questões de gestão sanitária”.
“Nunca nos manifestamos sobre questões de saúde pública e não o vamos fazer agora”, observou Miguel Camões, destacando, contudo, que não subscreve a posição anunciada na quarta-feira pela PRO.VAR — Associação Nacional de Restaurantes, que apelou à reposição da obrigatoriedade do uso de máscaras no interior dos estabelecimentos tanto para clientes, como para trabalhadores.
Os clientes frequentam as nossas casas com total sentido de confiança e segurança. Não há quebras de clientes neste momento em todas as faixas etárias”, referiu.
Já o presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto, António Fonseca, considerou que o regresso das máscaras no interior dos espaços de diversão noturna pode ser “um tiro no pé”.
“Neste momento, tomar uma iniciativa dessas pode pôr em causa todo o setor“, salientou António Fonseca, defendendo “mais cautela”, principalmente quando o setor da restauração e da diversão noturna estão a crescer, fruto da recuperação do turismo.
“Recomendar já as máscaras é dizerem já que vão fechar os bares e as discotecas”, afirmou, dizendo que, face ao aumento de novos casos de infeção pelo SARS-CoV-2, se deveria apostar na testagem.
“Neste momento, é precipitado. A nossa sugestão é que deveria continuar a haver testes gratuitos, para evitar que de hoje para amanhã os estabelecimentos fechem vítimas de políticas”, acrescentou.
Na quarta-feira, a PRO.VAR apelou à reposição da obrigatoriedade do uso das máscaras no interior dos estabelecimentos para clientes e trabalhadores, invocando, para tal, a “enorme pressão nos hospitais” provocada pelo aumento das infeções do novo coronavírus.
“A PRO.VAR entende que este é o momento do regresso das máscaras no interior dos estabelecimentos”, afirmou na nota de imprensa.
Para os responsáveis desta associação, o “coronavírus não vai desaparecer” e “as novas vagas serão frequentes”, sendo necessário, por isso, “aprender a viver com ele”.
Enfatizando que a “preocupação existe por questões de saúde pública, mas também pela necessidade de assegurar que toda a equipe de trabalho não sofra baixas”, a associação revelou que a “escassez de trabalhadores nos restaurantes é hoje uma realidade e qualquer elemento que fique em isolamento causa grandes constrangimentos ao normal funcionamento do mesmo”.
“São inúmeros os restaurantes que estão a reportar esta preocupação, alguns acabam por fechar, por falta de pessoal, seja de cozinha ou de sala”, acrescenta a PRO.VAR que desvenda a recusa de “muitos dos colaboradores” do uso da máscara “apesar da recomendação por parte da entidade patronal”.