O Presidente ucraniano tentou nesta segunda-feira – o 89º dia do conflito na Ucrânia – sensibilizar a elite económica e política que se reúne em Davos para interromper os negócios com a Rússia, incluindo as importações energéticas. No discurso, feito por videoconferência, Volodymyr Zelensky afirmou que “estamos no momento histórico em que vamos determinar se a força bruta vai dominar o Mundo” e pediu “sanções máximas” para a Rússia, até para criar um “novo precedente”.

No terreno, a Rússia continua a atacar Severodonetsk, na região de Lugansk, leste da Ucrânia, uma zona geográfica à qual as forças russas estão a dar grande prioridade nesta altura. E, segundo Volodymyr Zelensky, 87 pessoas morreram num ataque russo, em 17 de maio, a uma base militar ucraniana no norte do país.

Veja aqui os principais destaques informativos das últimas horas.

O que aconteceu esta tarde e noite no conflito

  • Volodymyr Zelensky reconheceu que as “próximas semanas de guerra vão ser difíceis”, ainda que garanta que a Ucrânia “não tem alternativa” a não ser lutar.
  • O julgamento dos militares ucranianos que se renderam na semana passada em Azovstal iniciar-se-á em Mariupol, disse uma fonte familiarizada com o assunto.
  • A ONU está preocupada com o impacto sobre os civis dos “combates ferozes” nas regiões leste de Lugansk e Donetsk e em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia.
  • A Rússia direcionou as suas tropas para Slobozhansky, na região de Kharkiv, e para a cidade de Slovyansk, na região de Donetsk.
  • As forças russas estão a organizar visitas a um teatro de Mariupol que foi fortemente bombardeado, e onde morreram “centenas de ucranianos”.
  • As tropas russas terão danificado uma conduta de gás que poderá comprometer o abastecimento na região de Donetsk.
  • Uma coluna com mais de 400 veículos com civis estará a ser impedida de avançar das cidades controladas pelas tropas russas de Enerhodar e Melitopol em direção a Zaporíjia.
  • Uma das possibilidades para o futuro dos militares que estiveram na fábrica siderúrgica de Azovstal consiste na troca por outros prisioneiros de guerra russos — ou então, de Viktor Medvedchuk, um dos principais aliados do Presidente russo, Vladimir Putin, na Ucrânia. No entanto, Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, veio afastar essa hipótese.
  • O conselheiro da Rússia na Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, Boris Bondarev, reconheceu à BBC que pode vir a ser encarado com um traidor pelo Kremlin.
  • As autoridades pró-russas que controlam neste momento a região ucraniana de Kherson adotaram o rublo — moeda russa — como uma das oficiais.
  • A Starbucks anunciou que vai sair, definitivamente, da Rússia, depois de ter fechado temporariamente os seus 130 cafés naquele país, mas vai manter o pagamento do salário de cerca de 2.000 trabalhadores por seis meses.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, acusou o Ocidente de assumir uma “posição de ditador”.
  • A primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska, denunciou junto da Organização Mundial de Saúde (OMS) os “horrores” causados pelas forças russas na Ucrânia, enquanto Moscovo denunciou uma “politização” desta organização.

O que aconteceu esta manhã no conflito

“Estamos no momento histórico em que vamos determinar se a força bruta vai dominar o Mundo“, afirmou Volodymyr Zelensky, Presidente ucraniano, no discurso por videoconferência no Fórum Económico Mundial, em Davos. Avisando que “resta pouco tempo” à Ucrânia, Zelensky pediu “sanções máximas” contra a Rússia, até para criar um “novo precedente” que dissuada outros possíveis agressores, no futuro, de terem iniciativas semelhantes.

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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que 87 pessoas morreram num ataque russo, em 17 de maio, a uma base militar ucraniana no norte do país.

Presidente do BCE, Christine Lagarde, admite que existe um risco de que uma abordagem “gradual” à subida das taxas de juro possa não ser a mais adequada. Em Bruxelas, Fernando Medina pediu que não deixe de haver “estreita colaboração” entre política orçamental e monetária.

O primeiro soldado russo julgado por crimes de guerra na Ucrânia, Vadim Shishimarin, de 21 anos, foi condenado a prisão perpétua. O jovem militar russo tinha sido acusado de matar um civil, um sexagenário que estava desarmado.

Também esta manhã, foi revelado que houve uma tentativa de assassinato a Vladimir Putin, que terá sido levada a cabo poucos dias depois do início da guerra na Ucrânia.

Até esta segunda-feira, Portugal atribuiu mais de 38.000 proteções temporárias a pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia, dos quais cerca de um terço foram a menores, segundo a última atualização feita pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

O que aconteceu durante a noite e madrugada

O Presidente da Ucrânia anunciou, no domingo, que o governo da Polónia está a preparar uma proposta de lei que dará aos ucranianos residentes na Polónia os mesmo direitos que os polacos.

A Rússia garante que as suas forças armadas conseguiram destruir uma unidade ucraniana que transportava uma grande quantidade de artilharia que os EUA deram à Ucrânia, incluindo howitzers M777, um tipo de canhão transportável que também se pode juntar a um tanque.

A Rússia continua a atacar Severodonetsk, na região de Lugansk, leste da Ucrânia, com várias casas a ficarem danificadas. A cidade continua a resistir, para já, esta que é a capital da província de Lugansk e que se mantém uma prioridade tática do Kremlin.

O número de pessoas deslocadas de suas casas devido a conflitos em todo o mundo atingiu um recorde de 100 milhões, impulsionado pela guerra na Ucrânia, anunciou o alto-comissário da ONU para os Refugiados. No início do ano, a guerra na Ucrânia juntou a esse número mais de oito milhões de pessoas, além de mais de seis milhões de refugiados para os países vizinhos.

Outra notícia que está a marcar a manhã, com ligação indireta ao conflito na Ucrânia, é que Joe Biden disse em Tóquio que os EUA se iriam envolver, com militares, caso a China invadisse Taiwan como a Rússia fez na Ucrânia. A declaração, inequívoca, foi feita pelo Presidente dos EUA ao lado do primeiro-ministro japonês, Fumio Kushida, que defendeu que a invasão russa da Ucrânia é uma “agressão que mina a ordem mundial”.