CSL abrevia Competition, Sport e Lightweight, três ingredientes com que a BMW apimentou o M4, propondo uma versão mais leve e mais potente, capaz de fazer as delícias dos que gostam de emoções ao volante ou de frequentar track days. Mas com uma certa exclusividade, porque a principal limitação desta edição especial reside no facto de prever apenas um milhar de exemplares, cuja produção arrancará no próximo mês de Julho e se vai estender até Fevereiro de 2023. Para Portugal, estão previstas apenas quatro unidades, cada uma a custar 220.500€.

Perfeito para assinalar os 50 anos da BMW M, o departamento desportivo do construtor bávaro, o novo M4 CSL estreia a sigla nesta gama como coupé, pois a versão especial mais assanhada que existiu até agora foi a GTS, em 2016. Contudo, há seis anos, ficou-se pelos 500 cv e por uma relação peso/potência de 3,17 kg/cv. Bem melhor que os 360 cv e os 3,84 kg/cv do M3 CSL de 2004, mas longe das cifras reclamadas pelo novo M4 CSL, uma “máquina” com lugar apenas para dois que foi alvo de uma dieta e de um reforço vitamínico da mecânica para entregar mais 40 cv do que o M4 Competition, perdendo mais de 100 kg face a este. Ou seja, com 550 cv e 1625 kg, o desportivo alemão pode reclamar uma relação peso/potência de 2,95 kg/cv. O M4 CSL é também o BMW de série mais rápido a concluir uma volta no mítico traçado de Nürburgring Nordschleife, na Alemanha, onde completou uma volta em 7:20.2.

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Para aliviar o peso, a BMW despojou-o dos bancos de trás (menos 21 kg) e substituiu os da frente por baquets com uma estrutura em plástico reforçado com fibra de carbono (menos 24 kg), solução que se estendeu a muitos outros componentes, no interior e no exterior. Depois, trocou o isolamento acústico por um material mais leve, no que poupou mais 15 kg. A dieta contemplou ainda outros itens, dos travões em carbocerâmica às jantes em liga leve, passando pelas molas, apoios de suspensão, grelha, farolins, tapetes, entre muitos outros. Porém, por mais componentes feitos de plástico reforçado com fibra de carbono (CFRP) a que a BMW tenha deitado mão – incluindo no tejadilho, capot, tampa da bagageira e consola central, tal como num M4 convencional –, parece que há comodidades que valem mais do que pesam. Pelo menos, é isso somos levados a crer perante a constatação de que este CSL não prescinde do conforto associado à climatização bizona (opcional, o ar condicionado automático é que é de série) ou do carregador sem fios para o telemóvel – itens que são pouco habituais em propostas viradas para a pista e, por tabela, “despidas” de certas mordomias para serem mais eficazes. O foco no essencial toca igualmente as ajudas à condução, pois os sistemas Driving Assistant e Parking Assistant estão disponíveis como extra, sendo standard os sensores de ajuda ao estacionamento, o alerta de colisão frontal, o aviso de transposição involuntária da faixa de rodagem e a leitura e indicação do limite de velocidade.

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Independentemente disso, depois de ter conseguido subtrair mais de uma centena de quilos face ao M4 Competition, o construtor concentrou-se em extrair mais potência motor 3.0 biturbo de seis cilindros em linha, com 2993 cm3 de cilindrada e dupla sobrealimentação. O “truque” passou essencialmente pelo aumento da pressão máxima de carga nos dois turbos, saltando de 1,7 para 2,1 bar. Isso e ajustes no mapeamento do motor permitiram ganhar os tais 40 cv, no mesmíssimo regime de rotações do M4 Competition – às 6250 rpm. Muda ainda a “força” disponível, não em termos absolutos, porque o binário máximo se mantém nos 650 Nm, mas porque está disponível num regime de rotações mais amplo. Quer o M4 Competition quer esta versão CSL oferecem 650 Nm a partir das 2750 rpm, mas o último “estica” a força até às 5950 rpm (contra 5500 rpm do Competition). Toda esta vitalidade é passada às rodas de trás por meio de uma caixa automática M Steptronic de oito velocidades com conversor de binário, embora o condutor também possa explorar os 550 cv do M4 CSL usando as patilhas em fibra de carbono por trás do volante e usar os dois botões que existem no volante para memorizar as definições dos sistemas que influenciam a dinâmica do veículo.

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Capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos, o novo coupé alemão precisa apenas de 10,7 segundos para atingir os 200 km/h, podendo depois continuar “prego a fundo” até chegar aos 307 km/h, a velocidade máxima a que está limitado electronicamente.

Chegada a hora de refrear os ânimos, literalmente, o condutor do novo M4 CSL pode confiar em discos de travão de 15,7 polegadas à frente, com pinça fixa e seis pistões, enquanto as rodas de trás possuem um disco de pinça flutuante e um único pistão. Quanto a pneus, naturalmente impunham-se uns Michelin Pilot Sport Cup 2 R 27535 ZR19 (à frente) e 285/30 ZR20 (atrás), montados em jantes de 19 e 20 polegadas, respectivamente.

No cômputo técnico, a BMW tratou ainda de baixar a suspensão adaptativa em 8 cm face à versão Competition, afinando também a regulação (os amortecedores são controlados electronicamente). Segundo a marca, a rigidez do chassi foi incrementada e, tratando-se de um modelo vocacionado para maximizar o prazer de condução em pista, não faltam “detalhes” para melhor servir o piloto, desde as fixações para cintos de segurança de seis pontos ao compartimento para armazenar os capacetes (no lugar dos bancos traseiros), sem esquecer a possibilidade de retirar os encostos de cabeça dos bancos da frente, para conduzir de capacete. Igualmente importante, atendendo à vocação deste CSL, é o botão M Mode, que activa as configurações Road, Sport e Track. Do equipamento de série fazem parte o sistema M Drive Professional, com M Drift Analyzer e M Laptimer, funcionalidades acessíveis a partir do ecrã central de 10,25 polegadas. Bem à frente do condutor, um outro ecrã de 12,3 polegadas exibe a instrumentação.