O governo dos Países Baixos anunciou esta quarta-feira que fará o maior investimento em defesa desde a Guerra Fria, destinando a partir de 2026 ao setor mais 5.000 milhões de euros para travar ameaças globais, como a guerra na Ucrânia.

A ministra da Defesa holandesa, Kajsa Ollongren, explicou que “as ameaças no mundo e a guerra na Ucrânia mostraram que a paz e a segurança não podem ser tidas como garantidas“, sublinhando que o governo quer “construir umas Forças Armadas ágeis e prontas para o futuro”.

Por insistência do Parlamento holandês devido à invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro, o governo tomou a decisão de adicionar um total de 14,8 mil milhões de euros ao orçamento da Defesa entre 2022 e 2025, permitindo ao país cumprir o padrão da NATO de destinar ao setor 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 e 2025.

A partir de 2026, o orçamento crescerá estruturalmente cinco mil milhões de euros, o que representa “um grande investimento, cerca de 40% do orçamento estrutural atual”.

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Kajsa Ollongren disse tratar-se de “o maior investimento desde a Guerra Fria”, lembrando que muitos aliados também planeiam aumentar os seus orçamentos de defesa para “proteger a liberdade, segurança e prosperidade” de todos.

A ministra holandesa sublinhou que o fortalecimento da cooperação fará com que os Países Baixos “sejam mais fortes e a Europa mais segura”.

“A Defesa deve estar presente quando necessária para defender os interesses de segurança holandeses e europeus. Isso requer investimentos fortes nas Forças Armadas, com membros treinados e equipamentos. Não se trata apenas de recuperar os enormes atrasos, mas também de modernizar, renovar e fortalecer de forma direcionada”, acrescentou.

A força militar será reforçada com a compra de, entre outros, seis caças F35 adicionais (ficando com 52 caças no total), quatro veículos aéreos não-tripulados (‘drones’) MQ-9 Reapers (oito no total) e mísseis de longo alcance para as fragatas e submarinos.

O Ministério prometeu ainda investir em pessoal, com melhorias nas condições de trabalho para poder recrutar novos militares e reter os que estão a ser treinados.