As declarações de Emmanuel Macron de que a paz não virá de uma humilhaão da Rússia continuam a ser criticadas. Depois de recentemente ter sido alvo de críticas pela primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, chega agora a vez do ex-secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen.
O dinamarquês, em declarações à Sky News, considera que a aliança militar tem o dever de ajudar a Ucrânia, acusando Putin de só entender a “linguagem da força e da unidade”.
Por isso, “devemos continuar a colocar pressão máxima na Rússia através da entrega de todo o tipo de armamento e através do corte de qualquer tipo de financiamento à Rússia”, declarou à Sky News, um recado especialmente enviado à União Europeia, a quem aplaudiu a intenção de banir 75% das importações de petróleo russo. Mas, acrescentou, deve também estender-se ao gás. “Isso colocaria de joelhos a máquina de guerra de Putin”. “A história já nos ensinou que um apaziguamento com ditadores não nos conduz à paz. Pelo contrário, leva-nos à guerra e ao conflito.”
E aproveitou para criticar, sem o nomear, Macron, que tem afirmado que a humilhação da Rússia não contribui para a paz. “Notei que alguém propôs que seria perigoso humilhar Putin. Mas estabelecer o precedente de um agressor alcançar ganhos territoriais através de um acordo de paz depois de ter avançado com uma guerra injustificada só encorajará outros ditadores. Enviaria um sinal muito perigoso”.
De qualquer forma, Rasmussen entende que o principal risco atualmente é um conflito prolongado, porque “Putin e a Rússia são peritos em prolongar e congelar conflitos”, dizendo mesmo acreditar que o objetivo de Putin poderá ser o de continuar a desestabilizar e a enfraquecer a Ucrânia através de um conflito prolongado. E é por isso que defende a entrega de armas à Ucrânia.