Um Campeonato da Europa, uma Liga das Nações, 101 jogos no comando da Seleção. Seja pelos títulos ou pelos anos que leva no comando técnico, Fernando Santos foi marcando um lugar na história de Portugal com uma série de registos que bateram recordes. No entanto, e no final do quarto jogo em dez dias, essas marcas apareceram mas de forma negativa com a derrota na Suíça com um golo no primeiro minuto.

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Mais de duas décadas depois, Portugal voltou a sofrer ainda dentro dos 60 segundos iniciais, algo que, em jogos oficiais, aconteceu apenas por três vezes. Com isso e a falta de eficácia que ditou mesmo o primeiro desaire nesta Liga das Nações, Fernando Santos sofreu apenas a oitava derrota em encontros oficiais ao longo de oito anos mas com essa particularidade de os helvéticos serem o único conjunto que conseguiu ganhar por mais do que uma vez a Portugal desde 2014. A Seleção consentiu também o primeiro insucesso fora na Liga das Nações, depois de três vitórias (Polónia, Suécia, Croácia) e três empates (Itália, França e Espanha), perdendo a liderança da fase de grupos para a Espanha, que venceu a Rep. Checa.

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“A segunda parte foi na dimensão que temos demonstrado. Houve uma primeira parte, principalmente no primeiro minuto, em que tivemos um golo meio oferecido… Sabíamos que a equipa da Suíça ia pressionar alto, os jogadores que colocou em campo era para isso. Tínhamos isso controlado. Um golo sofrido aos 30 segundos [n.d.r. 57 segundos] acaba por condicionar. Há ali um momento, nos primeiros seis a oito minutos, em que a equipa demorou a encontrar-se mas depois soube pegar no jogo. A Suíça só teve mais uma ocasião. Faltou-nos essencialmente na primeira parte, na saída do jogo no segundo terço, pegar melhor no jogo, virar o jogo, ter os homens a entrar dentro. Nisso tivemos dificuldades. Colocámos muito a bola à esquerda, com muita tentativa individual em vez de coletiva. É a vontade de querer fazer e o fazer bem”, começou por comentar o selecionador na zona de entrevistas rápidas da SportTV.

“A segunda parte foi completamente nossa até porque a primeira não foi da Suíça, foi um jogo mais equilibrado. Na segunda parte a equipa fez tudo bem o que tinha para fazer. Criámos não sei quantas ocasiões e faltou um bocadinho de definição. Foi a ansiedade do querer. Tivemos muitas coisas boas na segunda parte e acho que foi injusto este resultado. Começámos a querer por a bola logo no Guedes, que é um jogador veloz, mas devíamos colocar mais a bola no primeiro e segundo terços e, depois, aí, acelerar forte. Empurrámo-los lá para trás e a Suíça praticamente não existiu mas o futebol é isto”, acrescentou.

“Estamos em primeiro, é sempre ótimo.” No dia do jogo 100, Fernando Santos carimbou o melhor arranque de ano civil na Seleção

Ainda assim, e mesmo tendo perdido a liderança do grupo A2 da Liga das Nações, Fernando Santos voltou a destacar que continua tudo em aberto. “Contas do grupo? Calma… Eu disse antes, na conferência de imprensa, que o último jogo com a Espanha é que ia decidir isto. Já disse antes. Claro que queríamos estar na liderança, que estou chateado, mas só dependemos de nós, calma”, referiu depois à RTP3, onde deixou também reparos à arbitragem: “Não vou criticar mas quando se marca um penálti que não existe assim sem mais nem menos, quando há uma falta clara a meio-campo… Depois basta olhar para o número de faltas e para todo o tempo perdido. O quarto árbitro sabe bem o que aconteceu no jogo…”.