O presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, acredita que uma recessão no país “não é inevitável”, e que os EUA estão numa “posição mais forte do que qualquer outro país para ultrapassar a inflação”.

Em entrevista à Associated Press esta quinta-feira, Biden respondeu aos receios manifestados pelos economistas, de que o país pode estar prestes a mergulhar numa recessão, após a Reserva Federal ter elevado os juros em 75 pontos base, para o intervalo entre 1,5% e 1,75%, num ambiente de elevada inflação.  As projeções económicas da Fed não sinalizam, para já, esse cenário, mas a projeção de crescimento para 2022 foi revista em baixa de 2,8%, em março, para a 1,7%.

Questionado sobre as causas da inflação, Biden respondeu na defensiva. “Se a culpa é minha, por que é que em todos os outros grandes países industriais do mundo a inflação é mais elevada?”, retorquiu. Isto porque os Republicanos afirmam que a subida dos preços nos EUA, que atingiu os 8,6% em termos homólogos, afirmam que o plano de recuperação da pandemia, de 1,9 biliões de dólares, foi o responsável pela escalada da inflação. “Pode argumentar-se que teve algum impacto na inflação. Eu acho que não teve. E a maior parte dos economistas concorda. Mas a ideia de que (o plano) causou a inflação é bizarra”.

Biden acredita que há razões para estar otimista, como a taxa de desemprego de 3,6%. “Estou confiante de que estamos mais bem posicionados do que qualquer outro país do mundo para dominar na segunda metade do século XXI. Não é uma hipérbole, é um facto”, destacou.

O presidente dos EUA reconheceu ainda que os norte-americanos estão “muito em baixo” após dois anos de turbulência, marcados pela pandemia e, agora, pelo aumento dos preços. Este causado, em parte, pela invasão da Ucrânia pela Rússia, que obrigou os Estados Unidos a tomar “decisões difíceis”, nomeadamente na imposição de sanções, que levaram ao aumento do preço do petróleo. Nesse âmbito, Biden apela às petrolíferas para que pensem nas necessidades globais no curto prazo e, nesse sentido, aumentem a produção. “Não se recompensem apenas a vocês próprias”, apelou.

Questionado sobre a decisão de impôr sanções a Moscovo, sobretudo em ano de eleições intercalares nos EUA, Biden afirma que tomou as decisões enquanto chefe de Estado, e não enquanto político focado em eleições. “Sou o presidente dos Estados Unidos. Isto é o que é melhor para o país. Sem brincadeiras. O que aconteceria se o maior poder da NATO, a estrutura organizacional que unimos, virasse as costas à agressão russa?”.

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