A Easyjet pôs “toda a carne no assador”, garantindo a oferta máxima possível para conquistar os 18 slots que a TAP teve de ceder no aeroporto de Lisboa. O diretor-geral José Lopes explicou que a companhia britânica fez uma proposta “mais agressiva” porque depois “fechava-se a porta” e seria preciso esperar 5 a 10 anos pela nova solução aeroportuária para surgirem novas oportunidades de crescimento.
A entrega de 18 faixas horárias diárias no principal aeroporto português era uma oportunidade única. “Não há mais oportunidade para ninguém entrar e crescer com este acréscimo brutal de capacidade em Lisboa, um aeroporto que está congestionado”, defendeu numa conferência de imprensa realizada esta terça-feira em Lisboa.
José Lopes adiantou que a proposta da Easyjet, que ganhou o concurso organizado pela Comissão Europeia, foi escolhida logo pelo primeiro critério de avaliação — a oferta de mais capacidade na utilização dos 18 slots diários. “Foi aí que focámos a nossa proposta que nos permitiu utilizar todos os dias os 18 slots”, que correspondem a um reforço de três aviões, numa proposta que bateu a Ryanair, mas também as ofertas de outras companhias que participaram neste concurso e que não foram identificadas por regras de confidencialidade impostas por Bruxelas.
Easyjet bate Ryanair e garante slots da TAP no aeroporto de Lisboa
A Easyjet espera tornar-se na segunda maior companhia em Lisboa graças a este reforço, mas ainda não pode revelar os detalhes das novas rotas, nem o investimento e número de trabalhadores. Vai depender do ajuste final que vier a ser fechado com a TAP, justificou José Lopes. Uma diferença de 20 minutos na faixa horária pode obrigar a reajustamentos no mapa de destinos e horários. O objetivo é poder anunciar o “mais depressa possível” para começar a vender lugares nos voos operados nos novos slots, e que vão estar disponíveis a partir de 1 de outubro, o início do horário de inverno.
Até lá, o diretor-geral da Easyjet em Portugal admite que vai ser um verão difícil e não apenas em Portugal. A companhia de baixo custo com sede no Reino Unido anunciou esta semana o cancelamento de milhares de voos sobretudo nos aeroportos de Gatwick em Londres e de Schiphol em Amesterdão devido às restrições nos serviços destas infraestruturas. Esta onda de cancelamentos terá um efeito residual em Lisboa com apenas 8 voos afetados durante o verão, acrescentou José Lopes. Mas Lisboa não escapa às perturbações que têm afetado os aeroportos europeus, causadas sobretudo por conflitos sociais relacionados com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
EasyJet cancela milhares de voos ao longo do Verão após caos em Londres e Amesterdão
Mesmo sem contar com a nova oferta a partir dos 18 slots em Lisboa, a Easyjet está a operar neste verão com mais 20% de capacidade do que tinha em 2019, antes da pandemia. José Lopes indicou ainda que a companhia reforçou a sua quota em Portugal para 13%, em termos de capacidade de lugares oferecidos. É uma subida de 2 pontos percentuais face a 2019. Dados da OAG, consultora internacional de aviação, indicam que a TAP é a maior companhia em lugares oferecidos com 29%, mas perdeu quota face a 2019 para a Easyjet, mas também para a Ryanar,