A saída confirmada de Fábio Vieira, a possibilidade iminente de Vitinha ver a cláusula de rescisão ser assumida pelo PSG até ao final do mês, a proposta por valores inesperados que foi recusada por Evanilson, as muitas abordagens que têm chegado por outros jogadores. O mercado de transferências tem mexido e muito no Dragão, sobretudo a nível de vendas ou saídas a custo zero (como aconteceu com Mbemba), o que fez também com que começasse a surgir alguma especulação sobre o alegado desconforto do próprio Sérgio Conceição que nunca foi sequer comentado por nenhuma das partes. Pelo menos até agora.

Vitinha está mesmo de saída, venda de Evanilson é uma tentação e há mais jogadores cobiçados: o mercado do FC Porto

No habitual artigo de opinião da revista Dragões, Pinto da Costa, presidente dos portistas, não teve uma “resposta” na essência da palavra mas acabou por abordar tudo o que se tem passado no último mês em torno do mercado de transferências, destacando em paralelo o trabalho feito pelo técnico ao longo de cinco temporadas em que ganhou três Campeonatos, duas Taças de Portugal e duas Supertaças.

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“Não é por acaso que esta altura do ano é muitas vezes designada silly season. Este é mesmo o tempo das estupidezes. O tempo em que uma parte da imprensa, para tentar alimentar e ser alimentada pelo que julgam ser a maioria dos adeptos, procura transformar os campeões em descampeões e os descampeões em campeões. Chegados a este verão, em condições normais, diríamos que existe uma equipa que se encontra numa situação desportiva em que todas as outras gostariam de estar: é campeã nacional, venceu a Taça de Portugal, vai disputar a Supertaça, está qualificada para a Liga dos Campeões e vai ser cabeça de série na competição de clubes mais importante do mundo. Essa equipa é o FC Porto, o campeão do que interessa. As outras são descampeãs”, começou por destacar o líder dos dragões.

A Premier “avisou” na segunda, o Arsenal confirmou na terça: Fábio Vieira é (oficialmente) reforço dos gunners até 2027

“Mas o verão é longo, e a lata de alguns é tão grande, que não têm problema nenhum em tentar virar esta realidade ao contrário. Para esses, neste momento o FC Porto já é descampeão, porque alegadamente está a perder – como perde sempre, para eles – o ‘Campeonato’ do mercado. Curiosamente, na melhor imprensa internacional, que não tem paixões em relação ao futebol português e procura ver as coisas como elas são, o FC Porto é um exemplo por ter um modelo de negócio claro há muitos anos: formar ou comprar barato e depois tentar vender caro. É claro que nem sempre todos os negócios correm bem nem todas as apostas se revelam acertadas, mas o balanço é largamente positivo. Isto, claro, é o que consegue ver quem olha para o futebol português a partir de fora e sem o interesse em transformar campeões em descampeões”, prosseguiu Pinto da Costa no habitual editorial assinado na revista Dragões.

“Sérgio? Era preciso que quisesse sair e não acredito.” Pinto da Costa confia na continuidade do treinador e atira-se a Rui Costa

“Esta história é muito longa mas basta campeões e descampeões recuarmos aos últimos cinco anos. Desde que temos o Sérgio Conceição como treinador, o FC Porto nunca foi campeão da silly season e foi sempre atacado pelos mesmos e com os mesmos argumentos: vendia mal, contratava mal e tinha um plantel com pouca qualidade, enquanto os rivais de Lisboa estavam prontos para temporadas extraordinárias. No final dessas épocas, o FC Porto ganhou mais vezes do que os outros e ganhou o que interessa: o Campeonato a sério, que dá uma taça verdadeira, daquelas que vão para os museus. É por isso que encaro o presente com otimismo e até com algum divertimento. Enquanto muitos se distraem a enterrar-nos, vamos trabalhando para conseguir daqui a um ano o que conseguimos ainda há um mês. E para que voltem a fazer de nós descampeões, mesmo sendo campeões”, concluiu o presidente portista.