O Presidente português, que participará na abertura 26.ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, é um “difusor dos livros” e um exemplo para o Brasil, disse à agência Lusa o presidente Câmara Brasileira do Livro (CBL), Vitor Tavares.

“Vai ser um grande momento para nós, nos deixa muitos felizes e contentes receber o Presidente de Portugal [Marcelo Rebelo de Sousa], que é um académico, um literato e gosta muito de livros (…). É uma personalidade de tão alto calibre e um difusor dos livros”, disse Tavares.

“Isto é muito importante (…) ter alguém como o Presidente de Portugal comprando, adquirindo livros, valorizando o livro, valorizando a literatura, valorizando a leitura, é muito importante, é um exemplo”, acrescentou o presidente da CBL, instituição responsável por organizar a Bienal do Livro de São Paulo, que poderá reunir mais de 600 mil pessoas, este ano, quando volta a ser presencial, depois de adiada em 2020, em razão da pandemia de covid-19.

Em 2022, o evento terá Portugal como país homenageado e uma programação especial que faz parte das comemorações do bicentenário da Independência do Brasil.

“Tínhamos esta ideia, esta preferência de que Portugal fosse o convidado de honra devido aos 200 anos da Independência. Nós vamos ter, a partir da bienal, até 07 de setembro [data da Independência], estendendo-se até ao final do ano, muitas festividades comemorando os 200 anos da Independência. E quando convidámos Portugal, por meio do Instituto Camões, foi algo assim muito interessante que a gente sentiu no Governo português e também entre as autoridades portuguesas, uma vontade muito grande de ser Portugal o país homenagem para esta edição”, explicou Tavares.

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Portugal terá um pavilhão reservado de mais de 500 metros quadrados na feira literária, que inclui um auditório, espaço de encontro por onde passarão os autores portugueses e brasileiros, uma livraria, espaço ‘multiusos’ com exposições, e a réplica de um ‘bondinho’ português — um elétrico –, além de uma área destinada a programação infantojuvenil.

A delegação portuguesa escolheu como mote para a sua participação a frase “É Urgente Viver Encantado”, do autor Valter Hugo Mãe, um dos escritores portugueses mais conhecidos no Brasil.

Também fazem parte da delegação a autora moçambicana Paulina Chiziane, primeira escritora africana a receber o Prémio Camões, Matilde Campilho, Gonçalo M. Tavares, José Luís Peixoto, Rui Tavares, Kalaf Epalanga, Maria Inês Almeida, Afonso Cruz e escritores de uma nova geração como Joana Bértholo, além dos ‘badalados chefs’ Vitor Sobral, proprietário da conhecida Tasca da Esquina, e André Magalhães, um dos grandes investigadores da gastronomia portuguesa.

A programação do Pavilhão de Portugal contará com nomes da literatura brasileira como Itamar Vieira Júnior, Adriana Calcanhotto, Bernardo Carvalho, Laerte, Antonio Prata e Ruy Castro.

Falando sobre o evento, o presidente da Câmara Brasileira do Livro frisou que os organizadores têm uma grande expectativa sobre o evento deste ano, já que a feira bianual não ocorreu em 2020.

“A expectativa é enorme. Depois de quase quatro anos sem a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, nós finalmente vamos conseguir fazer essa grande festa do livro, essa grande feira do livro neste grande espaço literário [o evento ocorrerá numa área de 65 mil metros quadrados], com mais de 1.500 horas de programação cultural e mais de 186 expositores que representam mais de 500 editoras e mais de 300 autores e autoras”, contou Tavares.

“Nós registámos público de 680 mil pessoas no última bienal. A nossa expectativa é [receber] por volta de 600 mil pessoas, no complexo da Bienal do Livro de São Paulo durante os 9 dias da festa”, concluiu.

A 26.ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo acontece de 02 a 10 de julho, no Expo Center Norte, na zona norte de cidade brasileira de São Paulo.

O evento é organizado pela Câmara Brasileira do Livro e a participação de Portugal é da responsabilidade do Camões — Instituto da Cooperação e da Língua, da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), do Turismo de Portugal e da AICEP — Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, com a Embaixada de Portugal em Brasília e o Consulado-Geral de Portugal em São Paulo.