O Serviço de Urgência de Ginecologia-Obstetrícia do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), em Abrantes, retomou o seu funcionamento regular às 09h00 desta quinta-feira, após 24 horas em período de contingência, tendo encaminhado quatro grávidas para Santarém.

“Durante o período de contingência, que foi acionado por 24 horas, desde as 09h00 de dia 29 de junho até às 09h00 de hoje, dia 30 de junho, por motivo de doença súbita de dois médicos obstetras, houve a registar quatro deslocações de utentes ao Serviço de Urgência de Ginecologia-Obstetrícia do CHMT”, tendo sido “avaliadas e reencaminhadas para o Hospital Distrital de Santarém”, a cerca de 80 quilómetros, refere a administração hospitalar, em nota de imprensa.

Estas quatro utentes, acrescenta, foram avaliadas pelo médico que garantiu o atendimento permanente do serviço de urgência do CHMT em Abrantes nas últimas 24 horas.

A gravidade destas situações “dispensou o transporte em ambulância inteiramente dedicado”, pelo que “foram reencaminhadas para o Hospital Distrital de Santarém, numa articulação e funcionamento em rede do Serviço Nacional de Saúde”.

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Durante as últimas 24 horas, o único médico que ficou de serviço prestou as consultas normais e avaliou as grávidas que se dirigiram às urgências da unidade hospitalar.

Urgência de Ginecologia/Obstetrícia do CHMT em Abrantes desmente encerramento anunciado pela Administração Regional de Saúde

Mediante a sintomatologia, as mulheres grávidas podiam ser encaminhadas para o hospital de Santarém acompanhadas por uma enfermeira especialista — estando duas ambulâncias de socorro em estado de prontidão permanente — e, numa situação aguda e de emergência, o parto seria realizado em Abrantes, o que não chegou a suceder.

A Urgência de Ginecologia/Obstetrícia do CHMT tem habitualmente uma média de 30 atendimentos diários, dos quais 15 são pulseira verde, e uma média de três a quatro partos por dia na maternidade em Abrantes.

O administrador hospitalar, Casimiro Ramos, afirmou na quarta-feira à Lusa que, “não tendo o CHMT mais de mil partos anuais, a equipa de oito médicos obstetras que estão no quadro, com o apoio de sete prestadores de serviços, “é suficiente” para as necessidades de um centro hospitalar cujas escalas de Ginecologia-Obstetrícia “estiveram todas garantidas desde o início do mês de junho” até este “constrangimento súbito”.

O administrador assegurou que esta quinta-feira estaria “reposta a escala normal”, o que se confirmou, e que o plano de contingência foi acionado “por questões de segurança das utentes e por motivo de doença súbita de dois médicos obstetras, cuja substituição não foi possível assegurar em tão curto espaço de tempo”.

O responsável do CHMT disse ainda que esta articulação foi “previamente coordenada entre diversos hospitais da região” — CHMT, Hospital Distrital de Santarém, Centro Hospitalar do Oeste e Hospital de Vila Franca de Xira — e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), bem como com o Centro de Orientação de Doentes Urgentes/Instituto Nacional de Emergência Médica (CODU/INEM).

A ministra da Saúde sublinhou na quarta-feira a importância do funcionamento em rede do Serviço Nacional de Saúde (SNS), considerando que o que importa é que os utentes sejam encaminhados e os cuidados prestados com qualidade e segurança.

“O SNS […] funciona em rede e o que temos de garantir é que as respostas são dadas dentro da rede […]. Bem sei que todos gostaríamos que em todo o lado fossem dadas todas as respostas. No entanto, em determinados momentos do ano, em determinadas especialidades, em determinadas áreas geográficas, pode haver necessidade – e é isso que estamos a enfrentar neste momento – de maior funcionamento em rede com concentração de respostas”, afirmou Marta Temido, quando questionada sobre o caso de Abrantes.