Yulia Tymoshenko considerou que as esperanças de um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia são ilusórias e que a única solução é “acabar” com Vladimir Putin e a invasão russa.

Em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, em Kiev, a antiga primeira-ministra ucraniana e a única mulher a liderar o país admitiu estar surpreendida com a insistência de alguns países nas políticas de paz, uma vez que isso é “inaceitável para a Ucrânia”.

“Um acordo de paz é uma ilusão. A nossa única saída é vitória na batalha. Qualquer acordo de paz será o próximo passo em direção à próxima guerra”, declarou a ex-governante, que ocupou o cargo de primeira-ministra até 2010, um ano antes de ser condenada a pena de prisão por abuso de poder, uma acusação que sempre disse ter sido politicamente motivada. A sentença foi anulada após ter cumprido três anos de prisão, na sequência da revolução de 2014.

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Alertando que a Rússia pode tentar invadir os países vizinhos, como a Moldávia, Bielorrússia (aliada de Moscovo), Geórgia, Cazaquistão e os países bálticos e nórdicos, Tymoshenko aconselhou essas nações a não perderem tempo e a começarem a “construir fortes forças armadas e a tornarem-se membros da NATO, se não o forem já”.

Questionada sobre a possibilidade de o apoio mostrado pelo primeiro-ministro britânico Boris Johnson vir a arrastar os membros da NATO para uma Terceira Guerra Mundial, Tymoshenko disse que o conflito já começou.

“Há 50 países por trás da Ucrânia. Precisamos de mais armas para assegurar que esmagamos o exército russo no território ucraniano”, afirmou ao jornal britânico, mostrando-se de acordo com os apelos de Volodymyr Zelensky relativamente ao armamento. “Esse será o fim do regime de Putin, porque as pessoas não vão tolerar uma derrota desse género.”