Brittney Griner, a jogadora de basquetebol norte-americana que está detida na Rússia desde fevereiro, começou a ser julgada na passada sexta-feira. Três dias depois, em plena Casa Branca, Joe Biden recebeu uma carta escrita à mão onde, pela primeira vez de forma pessoal, a atleta de 31 anos pede ajuda para ser libertada.

“Tenho muito medo de ficar aqui para sempre. Sei que está ocupado com muita coisa mas, por favor, não se esqueça de mim e dos outros reclusos. Por favor, faça tudo o que puder para nos levar para casa”, escreveu a jogadora das Phoenix Mercury, da WNBA, que foi detida à chegada a Moscovo por estar na posse de vaporizadores com óleo de haxixe e arrisca uma pena de prisão até 10 anos. Os representantes de Brittney Griner só divulgaram pequenos excertos da carta, mantendo a totalidade do texto reservada à mulher da atleta e a Biden.

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Na mensagem, a norte-americana aproveitou o facto de ser 4 de julho, o Dia da Independência dos Estados Unidos. “No dia 4 de julho, a nossa família costuma honrar o serviço dos homens que lutaram pela nossa liberdade, incluindo o meu pai, que é um veterano da Guerra do Vietname. Dói pensar na forma como costumo celebrar este dia porque, este ano, a liberdade significa uma coisa completamente diferente para mim”, acrescentou Griner, revelando ainda que votou em Joe Biden nas últimas eleições, em novembro de 2020, quando Donald Trump saiu derrotado.

“Votei em si em 2020. Acredito em si. Ainda tenho tanto para fazer com a liberdade que espero que me ajude a restaurar. Tenho saudades da minha mulher! Tenho saudades da minha família! Tenho saudades das minhas colegas! Mata-me saber que estão a sofrer. Estou grata por tudo aquilo que conseguir fazer, neste momento, para me levar para casa”, indicou a jogadora, que conquistou o título da WNBA em 2014 e é bicampeã olímpica com a seleção dos Estados Unidos, tendo garantido a medalha de ouro nos Jogos do Rio e de Tóquio.

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Também na segunda-feira, aproveitando a boleia da carta enviada por Brittney Griner, a Casa Branca emitiu um comunicado onde reitera que a detenção da jogadora é “injusta e ilegal”. “O Presidente Biden tem sido claro sobre a necessidade de que todos os cidadãos norte-americanos que estão reféns ou injustamente detidos no estrangeiro sejam libertados, incluindo a Brittney Griner. O governo dos Estados Unidos continua a trabalhar agressivamente, utilizando todos os meios disponíveis, para a trazer para casa. A equipa do Presidente está em contacto regular com a família da Brittney e vamos continuar a trabalhar para os apoiar”, pode ler-se num comunicado emitido pelo Conselho Nacional de Segurança norte-americano.