A oposição nacionalista da Macedónia do Norte envolveu-se em confrontos com a polícia durante uma manifestação contra a nova proposta da União Europeia sobre o início do processo de adesão do país ao bloco comunitário.

De acordo com o Ministério do Interior, pelo menos 47 polícias ficaram feridos, 11 dos quais em estado grave, e dezenas de manifestantes foram detidos durante a noite.

O protesto concentrou-se mais uma vez na crítica contra o veto da Bulgária, por causa da denominação formal da língua que se fala no país (macedónio), e contou com a participação de milhares de pessoas tendo começado de forma pacífica frente ao edifício do Parlamento de Skopje.

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Segundo as autoridades, os confrontos começaram depois de um grupo de manifestantes ter ultrapassado a barreira policial.

O protesto da noite passada exigiu a demissão do governo e teve como alvo principal o ministro dos Negócios Estrangeiros, Bujar Osmani, que é acusado de querer aceitar uma proposta que consideram prejudicial para os interesses nacionais.

A manifestação que se prolongou durante a madrugada foi a quarta concentração registada na capital da Macedónia do Norte nos últimos dias.

Os últimos confrontos ocorreram poucas horas depois da visita do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a Skopje em que tentou encorajar o executivo a aceitar a nova iniciativa no sentido de desbloquear as negociações de adesão à União Europeia.

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As negociações com a Macedónia do Norte e que também incluem a Albânia estão bloqueadas, na prática, desde 2020 por causa do veto da Bulgária que exige que o país vizinho venha a reconhecer que a língua macedónia tem raízes búlgaras e que os dois povos tiveram uma história comum.

Para a Macedónia do Norte a identidade e a língua não são assuntos que possam ser discutidos.

Em junho, o Parlamento da Bulgária levantou o veto mas, mesmo assim, Skopje apresentou reservas que, segundo Charles Michel, foram consideradas por Bruxelas.

Em conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro da Macedónia do Norte, Dimitar Kovachevski, o presidente do Conselho Europeu disse que a proposta prevê que o macedónio seja considerado “língua da União Europeia”, tal como qualquer outra, acrescentando que o respeito pelas minorias está consagrado nos tratados europeus.