A Ordem dos Enfermeiros (OE) defendeu esta quarta-feira a criação de “centros de parto normal” junto dos serviços de obstetrícia, para rentabilizar os recursos humanos e garantir a acessibilidade aos cuidados de saúde materna e obstétrica.

Para a Ordem dos Enfermeiros, estes centros devem ser criados junto dos serviços de obstetrícia, como propõe a Organização Mundial da Saúde (OMS), como forma de “rentabilizar os recursos humanos, designadamente os enfermeiros especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica (EEESMO), e assim garantir a acessibilidade aos cuidados de saúde materna e obstétrica“.

Esta tomada de posição, emitida pela Mesa do Colégio da Especialidade de Enfermagem em Saúde Materna e Obstétrica (MCEESMO) foi envida pela Ordem dos Enfermeiros à ministra da Saúde, Marta Temido, na sequência dos “constrangimentos severos” que têm ocorrido nas últimas semanas nos serviços de urgência de obstetrícia, refere a OE em comunicado.

Os centros de parto normal surgiram com o objetivo de resgatar o direito à privacidade e à dignidade da mulher durante o trabalho de parto e pós-parto, num local semelhante ao seu ambiente familiar e, ao mesmo tempo, garantir cuidados seguros, oferecendo-lhes recursos tecnológicos apropriados em casos de eventual necessidade.

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Segundo a ordem, este modelo permitiria que os hospitais com centros de parto normal necessitassem de menos médicos de apoio à sala de partos, libertando também médicos e enfermeiros de famílias das consultas de gravidez, que devem ser realizadas pelos especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica das Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC).

Sublinha ainda que é a própria OMS que reconhece que estes especialistas “podem lidar com a maioria das gestações com segurança e têm as habilidades para encaminhar situações complexas a um médico”.

Este modelo seria, por isso, o garante da continuidade dos cuidados, entre o pré-natal e o pós-natal (por exemplo, na assistência na amamentação e recuperação pós-parto”, defende a Ordem dos Enfermeiros, lembrando que Portugal dispõe de “um número significativo” de enfermeiros EESMO, técnica e cientificamente reconhecidos.

Assim, defende, centros de parto normal são “uma oportunidade de rentabilizar os recursos e contribuir para uma experiência positiva de parto”.