O PSD e o CDS-PP vão concorrer juntos às eleições legislativas da Madeira em 2023, renovando a coligação que governa a região desde 2019, anunciou esta sexta-feira o líder dos sociais-democratas madeirenses, Miguel Albuquerque.
Neste momento, está dissipado qualquer equívoco quanto à forma como vamos às eleições” regionais de 2023, disse o também presidente do Governo Regional, acrescentando: “Acho que é fundamental mantermos a unidade na ação a nível governativo e parlamentar”.
Miguel Albuquerque falava esta sexta-feira à tarde no encerramento das jornadas parlamentares conjuntas do PSD e do CDS-PP, que decorreram no Funchal e assinalaram o fim da 3.ª sessão legislativa da Assembleia Legislativa da Madeira.
O PSD e o CDS-PP assinalaram um acordo de coligação parlamentar e governamental em 2019, na sequência das eleições regionais desse ano, quando os social-democratas perderam a maioria absoluta com que sempre governaram a região autónoma, e mantiveram-no nas autárquicas de 2021.
Em março, na abertura do XVIII congresso regional do partido, Albuquerque recusou discutir coligações durante aquele encontro, tendo referido, no entanto, que “deixava a porta aberta” e que “o parceiro preferencial para negociação era o CDS-PP”.
No final de junho, durante o congresso regional do CDS/Madeira, o líder do partido, Rui Barreto, reiterou a vontade de fazer um acordo pré-eleitoral nas próximas eleições legislativas regionais, afirmando que os centristas querem continuar a ser um “garante de estabilidade”.
Durante a sua intervenção no encerramento das jornadas parlamentares, Miguel Albuquerque defendeu ser necessário “dar um combate sem tréguas à oposição”, sem qualquer “complacência”, visando “desmascarar e, sobretudo, denunciar as falsidades, mentiras e absurdos que diariamente” lança na região.
Segundo disse, a oposição na Madeira (PS, JPP e PCP) não faz “um trabalho de escrutínio ao Governo Regional”, nem apresenta propostas alternativas, optando por “difundir mentiras, calúnias e falsidades relativamente à ação parlamentar e governativa da maioria”.
“O nosso trabalho é combate político”, sublinhou, sustentando que a oposição é composta por “gente que não está habilitada, para governar, não tem competência e sanidade política para gerir a Madeira, defender a autonomia politica, a liberdade e direitos do povo”.
“São provincianos e não têm fibra para defender a Madeira face às ameaças do centralismo”, afirmou.
Para o líder madeirense, “a grande ameaça da Madeira seria essa gente [oposição] ser eleita para qualquer cargo governativo na região”.
No seu entender, isso “seria o fim da autonomia, do desenvolvimento e da capacidade que os madeirenses têm de decidir o seu destino através do sufrágio”.
Num quadro de bipolarização política neste arquipélago, Miguel Albuquerque considerou ser fundamental “estreitar a articulação e informação entre o Governo e os dois grupos parlamentares”, no sentido de ser feito “um combate mais coeso”, e continuar a “desmistificar as mentiras, fraudes e equívocos deliberados” da oposição.
Também agradeceu a “forma coesa, interveniente e acutilante” como os grupos parlamentares da maioria PSD/CDS têm feito o seu trabalho, realçando que os compromisso assumidos pelos dois partidos “têm sido escrupulosamente cumpridos”.
“Não é fácil gerir um Governo de coligação. É preciso haver confiança, reciprocidade, sobretudo compreensão”. Este clima, disse, “tem existido”, o que contribuiu para o sucesso das medidas executadas para fazer face “a uma das maiores crises de sempre na história da Madeira”.
A região viveu nos últimos anos, segundo o presidente do executivo, uma crise de saúde pública, uma crise social e económica, que fez o PIB regional cair quase 9%, tendo a maioria de coligação atuado de “forma articulada, acutilante e, sobretudo, inteligente”.
“Perante as dificuldades, a coligação ainda mais coesa ficou, porque é no período das dificuldades que se vê quem é que sabe governar. É que se vê quem tem fibra, garra e determinação para governar bem”, observou.