O calor veio para ficar no continente europeu e chegou à Formula 1. Penúltima prova antes da pausa de verão, a corrida no mítico circuito de Paul Ricard, em França, que é um dos circuitos mais exigentes da temporada, pode ficar marcada por temperaturas a rondar os 40ºC que obrigam os pilotos a ser engenhosos e colocam em maior risco a fiabilidade dos carros.

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Já lá estive várias vezes com temperaturas de 30/31 graus e era insuportável. A altitude também dificulta a tarefa e o sol é mesmo muito forte. Estás completamente exposto”, contou Nuno Pinto, “driver coach” de Lance Stroll, no podcast “Grelha de Partida”.

Devido à temperatura, é certo que os monolugares vão sofrer, como explica o El Confidencial. Os pneus vão se desgastar mais rapidamente e a refrigeração não deverá ser feita nas melhores condições. Os engenheiros das equipas terão de redimensionar todas as entradas de ar e resfriadores do monolugar, aumentando o seu peso e diminuindo a aerodinâmica.

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O calor leva os Formula 1 ao limite e as suas estruturas podem sofrer duros golpes, visto que o alumínio perde resistência com as temperaturas altas e o óleo perde propriedades, limitando a sua lubrificação. Por exemplo, o incêndio que aconteceu com Carlos Sainz, no último Grande Prémio, e que levou à sua desistência, pode ter sido provocado pelo calor ao afetar o sistema de refrigeração do motor, explica o jornal espanhol. A “falsa partida” de Fernando Alonso, na corrida “sprint”, também poderá ter a mesma origem.

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Como explica o El Confidencial, na Fórmula 1, o calor não se mede apenas pela temperatura do ar, sendo igualmente importante a humidade. Por exemplo, o GP da Malásia nunca ultrapassou os 35 graus, mas havia humidade na ordem dos 70%. Em Dallas, no ano de 1984, registaram-se 40 graus e 52% de humidade. Porém, o recorde de temperatura foi registado no Bahrein, em 2005, com 42 graus e 43% de humidade.

A temperatura da pista está, por norma, cerca de 20 graus acima da temperatura ambiente e, em França, esperam-se temperaturas e humidade muito altas. Um desafio também para os pilotos, cuja preparação física será colocada à prova. Por isso, explica o El Confidencial, não será de espantar que os pilotos coloquem a sua roupa interior no congelador até ao momento de entrarem no carro. Mas a prova será propícia a outros truques, como os carros envoltos em cobertores de alumínio ou gelo seco no radiador.

Com a temporada a meio, qualquer erro pode revelar-se fatal. A primeira sessão de treinos livres está agendada para as 13 horas de sexta-feira.