É mais um ataque a envolver orcas na costa portuguesa. Desta vez, aconteceu em Sines, o veleiro naufragou e a Marinha Portuguesa foi chamada a coordenar o resgate dos cinco tripulantes. No seu comunicado, a Marinha não dá detalhes sobre o sucedido, falando apenas num “veleiro naufragado após interação com orcas”.

As cinco pessoas resgatadas encontravam-se na balsa salva-vidas “depois de o veleiro onde seguiam ter afundado após encontro com orcas, a cerca de 6 milhas, o equivalente a 11 quilómetros, de Sines”, explica o mesmo comunicado..

Tubarões na Figueira e orcas em Sines. Especialistas dizem que é normal, mas comportamento das orcas pode ser “muito preocupante”

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Os tripulantes, todos portugueses, foram resgatados pela embarcação de pesca “Festas André”, que se encontrava nas proximidades. “O Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo (MRCC) de Lisboa recebeu contacto do veleiro pelas 00h03 que se encontrava a meter água, depois de um encontro com orcas. De imediato foram empenhadas a embarcação de pesca “Festas André”, que efetuou o resgate dos 5 elementos, e uma embarcação da Estação Salva-vidas de Sines que acompanhou o navio de pesca até ao porto de Sines, onde atracou em segurança pelas 02h43.”

Há regras que devem ser seguidas quando se avista orcas, e a Marinha aproveita para relembrá-las na sua nota publicada na página oficial de Facebook. “A interação com estes mamíferos ocorre sobretudo devido ao comportamento curioso de orcas juvenis, as quais atraídas pelas estruturas móveis e ruidosas das embarcações, como o leme e a hélice, podem aproximar-se excessivamente das embarcações e embater nas estruturas móveis, com probabilidade de rutura total ou parcial do leme.”

Assim, em caso de avistamento de orcas recomenda-se que seja desligado o motor, “por forma a inibir a rotação da hélice, e imobilize a porta do leme, desmotivando assim estes mamíferos a interagir com as estruturas móveis das embarcações”.

Orcas atacam veleiros portugueses e espanhóis

No verão passado, o Observador relatou um avistamento de orcas, também em Sines, que preocupou o diretor da CascaiSea, uma organização de proteção marinha sediada em Cascais, já que os mamíferos interagiam com um bote junto à bóia vermelha de resguardo ao molhe do porto. Miguel Lacerda, mergulhador profissional, disse no Facebook que este comportamento é de estranhar “quando o leme já não é só o foco das orcas”. Outros episódios semelhantes foram registados ao longo da costa alentejana e em Espanha, na costa da Galiza e no Mediterrâneo, não só com orcas, mas sobretudo com baleias.