O primeiro navio saído da Ucrânia com cereais que estavam retidos devido à guerra já foi inspecionado e teve luz verde para prosseguir para o Líbano, noticia o jornal The Washington Post, citando fontes turcas e ucranianas. O navio transporta 16 mil toneladas de milho para exportação e tem o Líbano como destino final.
Além de confirmar que a inspeção foi bem sucedida, fonte do ministério das Infraestruturas ucraniano adiantou que outras 17 embarcações “estão carregadas e à espera de permissão para sair” de três portos distintos da Ucrânia, refere o The Washington Post.
Já o jornal britânico The Guardian cita um “alto responsável” turco que avança uma previsão: diz que a expectativa é que possa sair da Ucrânia um navio praticamente a cada dia, se os acordos assinados pela Ucrânia e pela Rússia com as Nações Unidas e a Turquia forem respeitados e enquanto estes se mantiverem válidos.
A inspeção à primeira embarcação de transporte de cereais a sair da Ucrânia foi feita em Istambul, por representantes da Ucrânia, Rússia, Turquia e Nações Unidas. O intuito passava por confirmar que o navio não transportava armas e que transportaria apenas cereais, fertilizantes ou outros bens exclusivamente alimentares — e não quaisquer outros, nota o The Washington Post.
A guerra provocada por uma invasão militar em grande escala da Rússia à Ucrânia, em fevereiro, e o bloqueio posterior de portos ucranianos levaram à retenção de milhões de toneladas de cereais na Ucrânia, destinados a exportação e a fornecer o comércio alimentar mundial.
Espera-se que os acordos assinados separadamente (mas equivalentes nos seus termos e condições) por Rússia e Ucrânia com a Turquia e as Nações Unidas (que mediaram as negociações) possam permitir a saída de perto de 22 milhões de toneladas de cereais de território ucraniano. A exportação destes bens é considerada por quase todos os especialistas necessária para evitar uma crise alimentar em grande escala, que teria efeitos altamente nocivos — particularmente nos países e nas populações mais pobres do globo.
Cereais ucranianos voltam a ser “arma de guerra” 90 anos depois