Uma pequena pausa que não foi literalmente como férias mas soube como mais do que férias. Mais de um mês depois, os pilotos de MotoGP voltaram à rotina habitual para iniciarem a preparação para o Grande Prémio da Grã-Bretanha, prova que marca o regresso do Mundial para uma segunda metade da temporada com muitos objetivos desportivos e não só à espera de decisões. E o dia começou logo com um anúncio que vai mexer com o paddock ainda este ano: Andrea Dovizioso, vice-campeão mundial da principal categoria do motociclismo entre 2017 e 2019, vai retirar-se em São Marino na primeira semana de setembro, com Cal Crutchlow, até agora piloto de testes, a assumir o lugar do transalpino na Yamaha nas últimas seis provas.

Uma coincidência ou a confirmação? Miguel Oliveira não esquece atual moto da KTM mas recorda com saudades a 125 RSA da… Aprilia

Mais uma mudança que, ao mesmo tempo, acabou de vez com a dúvida que existia ainda sobre a hipótese de Dovizioso poder seguir a RNF da Yamaha para a Aprilia, sendo que a marca japonesa continuará a ter na principal (e a partir de 2023 única) equipa o atual campeão mundial Fabio Quartararo e Franco Morbidelli. Assim, e caso não exista nenhum acordo rescindido ou alterado, as vagas em aberto para a próxima época não são muitas mas nem por isso Miguel Oliveira, piloto português que viu a sua vaga na equipa de fábrica da KTM ser ocupado por Jack Miller, se mostra preocupado. Mais: no regresso à competição, o Falcão assegura que vai continuar no MotoGP e que só por questões contratuais não revela o seu futuro.

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“Uma paragem faz com que voltemos a ter saudades de andar de mota. Às vezes também é preciso, depois de um início de época já muito viajado, com corridas fora da Europa e com um ritmo bastante elevado. A paragem soube bem. Deu espaço para respirar um bocadinho, ver a minha filha crescer e recuperar energias para esta segunda metade da época”, começou por comentar à SportTV o piloto da KTM que ocupa nesta fase o décimo lugar do Mundial com 71 pontos após 11 corridas (a 34 do top 5) e que acabou sempre em nono nas últimas quatro provas que foram realizadas em Itália, Catalunha, Alemanha e Países Baixos.

“Não tomo decisões com base no dinheiro que ganho. Vejo-me como um piloto de primeira linha”: Miguel Oliveira volta a falar do futuro

“Estamos muito confiantes para este início da segunda metade da época. Julgo que a pista servirá bem à moto. A KTM trabalhou alguns aspetos para a melhorarmos. Estou confiante, sinto-me bem, leve e motivado para fazer um bom trabalho”, referiu ainda sobre a prova de Silverstone no próximo domingo com treinos livres sexta-feira e sábado e qualificação no sábado – não sendo propriamente o melhor traçado a nível histórico de resultados, tendo em conta que nunca chegou ao pódio em nenhuma categoria. “Grande Prémio no Algarve confirmado em 2023? Deixa-me muito feliz. É uma grande honra para Portugal ter esta prestigiada prova a abrir o Campeonato após muitos anos. Dá-nos um sentimento de orgulho enorme e um bocadinho de confiança extra. É um grande orgulho poder correr em Portugal”, acrescentou.

“Sim, vou estar na grelha do MotoGP”: Miguel Oliveira anuncia nova equipa nos próximos dias (e não falou apenas com a Ducati)

Sobre o futuro, no news mas que são good news. Ou seja, apesar de não haver novidades em relação à equipa onde estará no próximo ano, o assunto parece estar resolvido. “Quando puder dizer alguma coisa vou certamente anunciar mas para já não o posso fazer devido a prazos contratuais. O meu futuro passa por aqui [MotoGP] e é por aqui que ficarei nos próximos anos”, assegurou o piloto de 27 anos que, a seguir ao Grande Prémio da Grã-Bretanha em Silverstone, vai ter provas na Áustria, em São Marino e em Aragão antes da passagem por Japão, Tailândia, Austrália e Malásia e o final na Comunidade Valenciana.

“Um grande golpe no mercado”: o casamento de Miguel Oliveira com a Aprilia agora é anunciado em Itália (e a Ducati ainda não se decidiu)

De recordar que, depois da contratação de Álex Márquez pela Gresini Racing e da confirmação de Álex Rins na LCR Honda, sobram à partida dois possíveis cenários para o português: ou se mantém na KTM mas descendo à Tech3 onde esteve os dois primeiros anos no MotoGP antes de subir à equipa de fábrica ou se muda para a nova RNF Aprilia, que ainda não tem qualquer nome confirmado. Ainda assim, e dentro das duas possibilidades, a própria Tech3 parece ter desistido da possibilidade de contar com Oliveira.

“O pai informou que podiam deixar de contar com ele”: KTM “desiste” de Miguel Oliveira e mudança para RNF Aprilia ganha mais força

“Não posso falar pelo Miguel mas ele acredita que é melhor do que o Jack [Miller]. E isso é normal. Ele tem de pensar assim ‘Se a KTM coloca o Jack acima de mim, então quer dizer que perderam a confiança em mim’. Essa deve ser a linha de pensamento que ele tem e entendo a sua atitude. Ele pensou na oferta da KTM por uns dois dias. Mas, quando estávamos na grelha, o pai dele informou o Pit Beirer que podiam deixar de contar com ele. Adorava ter o Miguel na equipa mas tenho de aceitar a sua decisão”, assumiu Hervé Poncharal, patrão da Tech3 e elemento com uma ligação estreia a Miguel Oliveira.

“O Miguel Oliveira não tem de pagar pela sua liberdade”, garante KTM. Mas só há três hipóteses em aberto para o português