A Meta terá acordado fazer uma pausa na aquisição do estúdio de conteúdos para realidade virtual Within, avança a Bloomberg. Esta decisão acontece depois de o regulador FTC, a Comissão Federal de Comércio, ter tentado impedir, no final de julho, que a empresa de Zuckerberg concluísse este negócio. A ação da FTC foi feita de modo preventivo, já que o regulador considera que a Meta é já demasiado grande nesta área da realidade virtual.

A Bloomberg indica que os advogados da Meta e os representantes desta agência governamental comunicaram ao juiz do tribunal da Califórnia que a companhia aceitou que esta aquisição não seja concluída até 1 de janeiro de 2023 ou até o tribunal tomar uma decisão sobre o assunto – a data que surja primeiro.

“A FTC está a tentar impedir que a gigante de realidade virtual Meta e o seu acionista principal e CEO Mark Zuckerberg comprem a Within Unlimited e a sua popular aplicação de realidade virtual dedicada à área de fitness, a Supernatural”, referia em comunicado a entidade liderada por Lina Khan, no final de julho.

Nesta nota onde anunciava a decisão de tentar impedir esta aquisição, a agência acusava a Meta de “já ser um dos principais participantes em cada nível do setor da realidade virtual”, sublinhando que o “império de realidade virtual da empresa já inclui um dispositivo que lidera as vendas, uma loja de aplicações líder, mais sete entidades bem-sucedidas no desenvolvimento [de aplicações para realidade virtual] e uma das aplicações mais vendidas de sempre”.

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Perante este cenário, a FTC considerava que a tecnológica e Mark Zuckerberg estariam a “planear expandir o império de realidade virtual da Meta com mais uma tentativa para adquirir ilegalmente uma aplicação dedicada a fitness que prova o valor da realidade virtual para os utilizadores”.

A Supernatural, a aplicação mais popular da Within, permite praticar exercício com realidade virtual. Através do headset Meta Quest, o exercício pode ser feito em cenários paradisíacos, das Galápagos até às ruínas de Machu Picchu, ou mesmo na superfície de Marte. Além de treinos, a aplicação também tem uma componente virada para meditação. Em 2020, a revista Time analisou a aplicação e considerou-a mesmo como “uma das melhores invenções” do ano.

A FTC dizia ainda que a tecnológica já é a maior fornecedora de equipamentos de realidade virtual e também a maior na área das aplicações.

A Meta considerou que esta ação da FTC era baseada “em ideologia e especulação, não em provas”. “A ideia de que esta aquisição poderia levar a resultados anti-concorrência num espaço dinâmico e com tantas possibilidades de entrada e crescimento como o fitness online e conectado não é simplesmente credível”, avançou ao The Verge Stephen Peters, porta-voz da Meta. “Ao atacar este negócio”, diz este porta-voz, a “FTC está a enviar uma mensagem arrepiante a qualquer negócio que deseje inovar na realidade virtual”. Na ótica da empresa, esta “compra da Within será boa para as pessoas, para os programadores e para a área da realidade virtual”.

Regulador quer impedir que dona do Facebook compre mais uma empresa de realidade virtual