Granit Xhaka está longe de ser um jogador consensual. De temperamento difícil, perdeu a braçadeira de capitão do Arsenal há alguns anos após confrontar os adeptos em campo enquanto era assobiado. Esteve quase a sair dos gunners, decidiu ficar e é hoje uma peça importante para Mikel Arteta, ainda que pouco amado pelas bancadas. Agora, está à beira de enfrentar um obstáculo mais complexo.

Segundo o jornal Daily Mail, Granit Xhaka está a ser investigado pelas autoridades britânicos devido a um potencial envolvimento num esquema de apostas com ligações à máfia albanesa. O médio de 29 anos nasceu em Basileia e é internacional suíço, contudo, é proveniente de uma família com origem na Albânia e nunca escondeu o orgulho nessa ascendência, tendo até causado polémica durante o Mundial 2018 quando celebrou um golo com um símbolo nacionalista do país.

Assobios ao capitão, insultos de jogadores aos adeptos e lágrimas. O Arsenal está a ferro e fogo: dentro e fora de campo

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ora, de acordo com a notícia desta sexta-feira, Xhaka está a ser investigado devido a um cartão amarelo que viu na vitória do Arsenal contra o Leeds na época passada, em dezembro. Com os gunners a vencer confortavelmente por 4-1 e com o jogo totalmente controlado, o médio suíço viu um cartão amarelo inexplicável, já nos últimos 10 minutos, por ter demorado na conversão de um livre no próprio meio-campo. A suspeita surgiu devido aos elevados padrões de apostas registados neste encontro — sobretudo o volume de apostas, a rondar as 52 mil libras, na possibilidade de Xhaka ver precisamente um cartão amarelo nos últimos 10 minutos.

A FA, a Federação inglesa, abriu um inquérito e, agora, passou o caso à National Crime Agency, a agência que investiga o crime organizado no Reino Unido. Mas as apostas colocadas na Betfair, a casa de apostas em questão, são apenas a ponta do icebergue de toda a história: também segundo o Daily Mail, a investigação já encontrou provas de que grandes somas de dinheiro foram avançadas em criptomoeda, um mercado que não é regulado em território britânico, com muita dessa atividade a ser registada na Albânia.

Este símbolo é uma mensagem política. E pode valer duras multas aos suíços

Além disso, a National Crime Agency está ainda a tentar confirmar suspeitas de que Alban Jusufi, um avançado sueco-albanês que foi suspenso por cinco anos por ter sido considerado culpado de match-fixing, apostou grandes quantias na hipótese de Xhaka ver o tal cartão amarelo nos últimos 10 minutos do jogo contra o Leeds. Jusufi, atualmente com 41 anos, foi condenado pela justiça sueca em 2017 depois de ter subornado Kyriakos Stamatopoulos, guarda-redes do AIK, para que este cometesse erros cruciais contra o IFK Gothenburg.