Trabalhadores, dirigentes e delegados sindicais do Norte e do Centro do setor da restauração e hotelaria participaram esta sexta-feira, no Porto, numa manifestação para exigir um aumento de 100 euros, entre outras reivindicações.
Reivindicamos um aumento de 100 euros para todos os trabalhadores do setor, atendendo ao aumento brutal do custo de vida e que, aos trabalhadores que já tiveram aumentos este ano, seja dado um suplemento com efeitos imediatos a julho”, disse à Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte (STIHTRSN).
Reclamam também “um subsídio de turno para os trabalhadores que têm horários repartidos e que façam mais do que um turno e um acréscimo de 25% do trabalho prestado ao fim de semana”.
Estas medidas são incentivos para conseguirmos ter mais trabalhadores. Reconhecemos que há falta de trabalhadores no setor, mas achamos que não podem as empresas querer aumentar os quadros de pessoal com trabalhadores que não têm formação profissional e que não sabem falar português, nem inglês, pondo, assim, em causa a qualidade dos serviços”, disse.
A manifestação, que começou na Ribeira e seguiu em desfile até à Câmara do Porto, foi o culminar de duas semanas de luta para protestar contra os baixos salários nos hotéis, restaurantes, cafés e pastelarias.
Milhares de trabalhadores recebem apenas o salário mínimo nacional e somos confrontados com as propostas da associação patronal que prevêm uma redução de 20% do salário, em relação ao salário mínimo, recebendo apenas 564 euros, para os trabalhadores estagiários que entram no sector”, disse o dirigente sindical.
Mas, segundo Francisco Figueiredo, “para milhares de trabalhadores dos hotéis de três, duas e uma estrela, que já trabalham há cinco anos, o que a associação patronal propõe é o salário mínimo nacional. São trabalhadores que trabalham aos domingos, aos feriados, em regime de turnos, com horários longos e imprevisíveis, que degradam a vida pessoal e familiar”.
O dirigente sindical considerou ainda que “esta pretensão de corredores de imigrantes que as associações patronais e as empresas estão a reclamar é para aumentar a precariedade existente e manter esta política de salários miseráveis para os trabalhadores”.
Numa reunião tida com a secretária de Estado do Turismo, diz terem reclamado “que nas bolsas de trabalhadores imigrantes que o Goveno possa abrir, sejam garantidos seis meses de formação profissional em técnicas hoteleiras, seja garantido o direito a alojamento, alimentação e contratos de trabalho por tempo indeterminado”,
No percurso entre a Ribeira e a câmara municipal, os manifestantes entregaram uma moção com as suas reivindicações em restaurantes, cafés e pastelarias e em duas associações do setor, a Associação Portuguesa de Hotelaria Restauração e Turismo e a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, localizadas na baixa da cidade do Porto.