Um dos veículos de testes da BMW, no caso um SUV eléctrico iX, provocou um acidente grave na Alemanha de que resultaram um morto e nove feridos. Em relação ao número de vítimas não há dúvidas, mas já o mesmo não acontece no que respeita às condições em que o BMW iX circulava. Segundo a polícia local, tratava-se de um veículo de testes a desenvolver um sistema de condução autónoma. A BMW desmentiu, afirmando que a unidade que provocou o acidente era efectivamente um carro de testes, mas não estava a ser conduzido por um “computador”, mas sim pelo condutor que estava ao volante.
De acordo com a polícia alemã, o BMW iX deslocava-se pelas 17h00 através da estrada B28 rumo a Ulm. Em Römerstein, o SUV virou à esquerda em direcção ao trânsito que vinha em sentido contrário, por um motivo ainda sem explicação, e embateu num Citroën de um condutor com 70 anos. O Citroën acabou por mudar de faixa devido ao embate, acertando num Seat Alhambra que transportava condutor e passageiro, ambos na casa dos 30 anos, cujo veículo começou a arder. O iX continuou a rodar até bater de frente num Mercedes Vito, conduzido por um homem de 32 anos, que viu o seu passageiro de 33 anos morrer vítima dos ferimentos.
O iX transportava cinco pessoas, incluindo o condutor de 43 anos. Além de quem estava ao volante, iam a bordo passageiros com 31, 47 e 42 anos, sendo esta última uma mulher que viajava acompanhada por o seu filho bebé, com apenas um ano e meio.
Testar a tecnologia de condução autónoma de um veículo com cinco pessoas a bordo, incluindo um bebé, é algo pouco usual, pelo que faz sentido a explicação dos responsáveis pela BMW, que garantiram à polícia que o veículo de testes não estava a proceder a ensaios relativos ao sistema de condução autónoma. Contudo, não há que descartar a possibilidade de os técnicos da marca terem decidido demonstrar aos colegas ou amigos o desempenho do SUV nestas condições. A explicação ainda não foi avançada, mas será fácil apurar o que desencadeou este acidente, pois neste tipo de veículos fica tudo registado, não só os dados fornecidos pelos sensores, como as imagens recolhidas pelas câmaras.
Enquanto a BMW não fornece às autoridades as provas que o seu SUV iX ia (ou não) a ser conduzido por um sistema autónomo, sem intervenção de um ser humano (o que influencia a responsabilidade pelo acidente, perante a lei), resta esperar que o Governo germânico não se retraia na abertura que revelou para acolher testes de condução autónoma em locais determinados.
Depois de ter afirmado que o BMW iX que provocou o acidente na Alemanha era um veículo autónomo, a polícia de Reutlingen, juntamente com o procurador de Tübingen, rectificou essa informação, informando que “a investigação demonstrou que a condução autónoma não era possível no veículo em causa à hora do acidente”. A investigação a que a nota faz referência, segundo a imprensa alemã, ocorreu “à ordem do procurador público”, que reuniu “uma equipa de três especialistas em acidentes” das autoridades locais, bem como “um grupo de vários engenheiros do centro de investigação de acidentes da BMW” que terão analisado o iX acidentado.
Notícia actualizada a 18/08/2022, às 11.45, com informações avançadas pela polícia de Reutlingen e pelo procurador de Tübingen.