O Ministério das Finanças não esclarece se vai contratar alguém para o cargo de consultor para as políticas públicas deixado vago após Sérgio Figueiredo ter desistido de o ocupar. Fica, assim, por saber se a posição que Fernando Medina caracterizou como uma “necessidade” do Ministério que lidera será ou não ocupada por outra pessoa ou se cairá após a renúncia do ex-jornalista.
Depois de o antigo diretor de informação da TVI ter anunciado, no Negócios, que iria renunciar ao cargo porque “ficou insuportável tanta agressividade e tamanha afronta, tantos insultos e insinuações”, o Observador questionou o Ministério das Finanças sobre se iria substituir Sérgio Figueiredo com outra contratação, se essa contratação seria feita nos mesmos moldes e se já tinha sido escolhido algum substituto, mas fonte oficial apenas disse: “Não respondemos a essa questão“.
A resposta a essas dúvidas também não consta na única declaração feita oficialmente pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, divulgada após a desistência de Sérgio Figueiredo. Em comunicado, Medina lamentou “profundamente a decisão”, cujas razões disse compreender “muito bem”.
Nessa declaração, Medina defendia ainda a necessidade de criar o cargo de consultor para as políticas públicas por considerar que “a melhoria da qualidade da decisão através do contacto regular e informado com os principais agentes económicos e sociais do país é uma necessidade específica do Ministério das Finanças, que acrescenta às avaliações já desenvolvidas por outros organismos públicos”. Em específico, o ex-jornalista “reúne excelentes condições para desempenhar tais funções”, pela formação e experiência profissional, defendeu.
A contratação de Sérgio Figueiredo esteve envolta em polémica, designadamente porque, como o Observador noticiou, o Estado tem um centro de competências de Planeamento, de Políticas e de Prospetiva da Administração Pública, criado em 2021 no anterior Governo de António Costa, dedicado à avaliação de políticas públicas e apoio à sua implementação.
Questionado sobre a necessidade de ir buscar um consultor privado quando existe uma agência pública com funções semelhantes às que seriam desempenhadas por Sérgio Figueiredo, o Ministério das Finanças respondeu ao Observador, depois da publicação do artigo, que “o contributo de consultoria contratada para o gabinete do ministro das Finanças complementa e aproveitará o trabalho desenvolvido pelo gabinete e pelos organismos públicos especializados em áreas de análise, prospetiva e planeamento de políticas públicas”.