O Ministério Público argentino pediu, esta segunda-feira, 12 anos de prisão para Cristina Kirchner, a ex-Presidente e atual vice-Presidente do país, por corrupção. O procurador Diego Luciani acusa Kirchner de “defraudar o Estado” e de se envolver num “esquema para desviar fundos públicos”, durante os dois mandatos como Presidente entre 2007 e 2015, avança a agência de notícias Reuters.
Esta é provavelmente a maior manobra de corrupção que já foi conhecida no país”, disse Luciani.
O procurador Luciani pediu também a inelegibilidade perpétua de Kirchner para exercer cargos públicos, assim como a condenação de Lázaro Báez, o ex-ministro do Planeamento Julio De Vido e outros antigos funcionários da então Presidente.
O Presidente argentino Alberto Fernandez já condenou as acusações contra o seu braço direito, através de um comunicado e de uma publicação na rede social Twitter, onde considera que Kirchner está a ser alvo de “perseguição judicial”.
Hoy es un día muy ingrato para alguien que, como yo, se ha criado en la familia de un juez, se ha educado en el mundo del derecho y enseña Derecho Penal hace más de tres décadas. Vuelvo a transmitir mi más profundo afecto y solidaridad a la vicepresidenta @CFKArgentina. pic.twitter.com/cOMH2iKjnK
— Alberto Fernández (@alferdez) August 22, 2022
Nenhum dos atos atribuídos à ex-presidente foi comprovado e todas as acusações contra ela referem-se apenas à função que exerceu nesse período, o que lamentavelmente degrada os princípios mais elementares do direito penal moderno“, refere o chefe de Estado.
A sentença será conhecida dentro de meses, de acordo com mesma agência de notícias que cita a imprensa local. Caso seja condenada pelo crimes de corrupção, de acordo com o Código Penal argentino, além da pena de prisão, Cristina Kirchner ficará proibida do exercício de cargos públicos. Ainda assim, Kirchner poderá sempre recorrer a instâncias superiores, levando a que um veredito final possa demorar muitos anos.