O grupo Vodafone anunciou esta segunda-feira que aceitou vender a totalidade da operação que tem no mercado húngaro à empresa de telecomunicações 4iG e à Corvinus, uma empresa controlada pelo Estado. No total, esta venda ascende a 715 mil milhões de florins húngaros, o equivalente a 1,8 mil milhões de euros.

Deste negócio vai nascer o segundo maior operador do mercado húngaro, refere a nota da Vodafone ao mercado, onde é ainda sublinhado que o negócio está também de acordo com “a vontade do Estado húngaro de criar um campeão nacional nas TIC [tecnologias de informação e comunicação]”.

O negócio de serviços partilhados da Vodafone na Hungria, chamado VOIS, não está incluído nesta operação, ressalva a nota da empresa de telecomunicações. É expectável que esta venda seja fechada até ao final deste ano.

Em comunicado, Nick Read, CEO do grupo Vodafone, nota a “estratégia clara do governo húngaro” para o setor das telecomunicações. “Esta combinação com a 4iG irá permitir à Vodafone Hungria, que tem uma história orgulhosa de sucesso e inovação no país, desempenhar um papel principal no crescimento futuro e desenvolvimento do setor com uma escala maior e um operador totalmente de convergência”.

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A imprensa húngara detalha que o Estado ficará com uma participação de 49% neste novo “player” de telecomunicações, enquanto a 4iG terá a participação maioritária.

Através de comunicado, citado pelo site Daily News Hungary, Márton Nagy, ministro do desenvolvimento económico, refere que o negócio está de acordo com a estratégia do governo de Viktor Órban para “aumentar significativamente a posse húngara em setores estratégicos”, como é justamente o caso das telecomunicações. “Agora existe a oportunidade de uma companhia húngara, com uma participação do Estado, se tornar um ‘player’ importante no mercado das telecomunicações.”

Há 12 anos no poder, o primeiro-ministro húngaro tem posto em prática uma estratégia para aumentar a influência do Estado em áreas como a energia, banca ou os media.

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