O Arquivo Nacional recuperou mais de 100 documentos marcados como classificados, de um lote inicial de 15 caixas retiradas em janeiro da residência na Florida do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi esta terça-feira divulgado. Os dados estão expressos na correspondência recentemente tornada pública entre aquele departamento e a equipa jurídica do republicano, noticiou a agência Associated Press (AP).

Os número divulgados demonstram o grande volume de documentos classificados do governo recuperados no início do ano na residência de Mar-a-Lago, ainda antes dos agentes da polícia federal norte-americana (FBI) terem realizado buscas na casa em 08 de agosto para recuperarem mais 11 conjuntos de registos confidenciais.

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A quantidade de documentos recuperados foram incluídos numa carta de 10 de maio, na qual a arquivista interina, Debra Steidel Wall, comunicou a um advogado de Trump, Evan Corcoran, que o governo Biden não iria respeitar as reivindicações de privilégio executivo pedidas pelo ex-presidente sobre estes documentos.

Semanas antes, o advogado tinha solicitado mais tempo para verificar as caixas antes do Arquivo Nacional as entregar ao FBI, para que pudesse determinar se algum documentos específico estava sujeito a privilégio executivo e, por isso, isento de divulgação, segundo a carta.

Na carta, divulgada esta terça-feira no site do Arquivo Nacional, a arquivista refere que o Departamento de Justiça não encontrou “nenhum precedente para uma afirmação de privilégio executivo por um ex-Presidente contra um Presidente em exercício para impedir que este” obtenha os registos presidenciais que pertencem ao governo federal e que são necessários para a administração governamental atual.

O Arquivo Nacional pediu ao Departamento de Justiça para investigar depois de apontar que tinha localizado material classificado entre as caixas de registos recuperados, que, segundo este departamento, deviam ter sido entregues pelo magnata no final do seu mandato na Casa Branca.

Nestas caixas, o Arquivo Nacional identificou itens marcados como classificados no nível “ultrasecreto”, bem como informações sobre programas de acesso especial, segundo a arquivista.

Os registos incluíam mais de 100 documentos com marcações classificadas, num total superior a 700 páginas.

Trump está a ser investigado por violação da lei de espionagem, obstrução de justiça e destruição de documentos, que, em caso de condenação, pode resultar em multas, pena de prisão ou interdição de ocupação de cargos políticos.

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Esta segunda-feira Trump pediu a um tribunal da Florida para que seja nomeado um “procurador especial” neutro para inspecionar os documentos confiscados, para que seja divulgado um documento mais detalhado do que foi apreendido e a devolução do que não constava na ordem judicial.

A defesa de Trump classifica as buscas de 08 de agosto como um “movimento chocantemente agressivo”, atacando o mandado como excessivamente amplo.

De forma separada, um juiz federal reconheceu na segunda-feira que as propostas de redação de uma declaração do FBI podem ser tão extensas que tornariam o documento “sem sentido” se fosse divulgado, apesar de acreditar que este não deve permanecer selado por causa do “intenso” interesse público na investigação.

O magistrado federal deu aos procuradores até quinta-feira para enviarem uma cópia da declaração com propostas de redação, especificando as informações que desejam manter em segredo.