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O antigo presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou, esta segunda-feira, à CNN Internacional, que a polícia federal (FBI) esteve a fazer buscas no seu resort em Mar-a-Lago. em Palm Beach, na Florida. Para descrever o momento, o antigo líder da Casa Branca disse que a sua propriedade estava, no momento, “cercada, atacada e ocupada por um grande número de agentes do FBI”. Acrescentou, ainda, que “o ataque não foi anunciado” e acusou os agentes de “até terem arrombado” o seu cofre.

Num extenso comunicado, revelado por uma jornalista da CNN no Twitter, Trump reclama ser “vítima de perseguição” sem precedentes, sendo este “um tempo negro para a nação”. “Tal assalto só poderia ocorrer em países partidos e do terceiro mundo. Tristemente a América tornou-se um deles, com um nível de corrupção nunca antes vista”, acusou.

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“Depois de trabalhar e cooperar com as agências governamentais relevantes, esta rusga sem aviso prévio à minha casa não era necessária nem apropriada”, afirmou, comparando mesmo o episódio ao Caso Watergate. “Qual é a diferença entre isso e Watergate, onde os agentes invadiram o Comité Nacional Democrata? Aqui, ao contrário, os democratas invadiram a casa do 45.º presidente dos Estados Unidos.”

“Esta é uma conduta inapropriada e persecutória, a utilização do sistema de Justiça como uma arma e um ataque dos democratas da esquerda radical que desesperadamente não querem que eu concorra às presidenciais de 2024”, declarou ainda.

O New York Times avança que duas pessoas ligadas à investigação deram conta que a busca tem como alvo material que Trump trouxe para Mar-a-Lago, o seu clube privado e residência, após deixar a Casa Branca. Essas caixas continham muitas páginas de documentos confidenciais e o antigo presidente era conhecido durante o seu mandato por rasgar material oficial que deveria ter mantido para arquivos do governo.

Uma investigação separada relacionada com os esforços dos aliados de Trump para anular os resultados das eleições presidenciais de 2020 e o assalto ao Congresso, em 6 de janeiro de 2021, também se está a intensificar em Washington.

Segundo a CNN Internacional, Donald Trump não estava na Florida no momento das buscas, que se realizaram esta manhã e duraram várias horas, centrando-se sobretudo nos escritórios e aposentos pessoais do antigo presidente. O mesmo jornal avança que o Departamento de Justiça recusou-se a comentar o episódio, assim como a Casa Branca.

Republicanos acusam FBI de motivações políticas: “A aparente politização do Departamento de Justiça é vergonhosa”

Vários republicanos já saíram, entretanto, em defesa de Donald Trump e consideram que se tratou de um ataque com motivações políticas, destinado a impedir um possível regresso de Trump à Casa Branca nas eleições presidenciais de 2024.

A presidente do Comité Nacional Republicano, Ronna McDaniel, afirmou em comunicado, citado pela CNN, que os democratas “continuam a ‘armar’ a burocracia contra os republicanos”.

Também Kevin McCarthy, líder da minoria republicana na Câmara dos Representantes, escreveu no Twitter que “o Departamento de Justiça atingiu um estado intolerável de politização armada” e avisou: “Quando os republicanos recuperarem a Câmara, vamos supervisionar imediatamente este departamento, seguir os factos e não deixar pedra sobre pedra”.

Mike Pompeo, antigo secretário de Estado de Trump, também já reagiu e alertou para o perigo de “executar um mandato contra o ex-Presidente dos EUA”, acrescentando: “A aparente politização do Departamento de Justiça/FBI é vergonhosa. O procurador-geral tem de explicar por que motivo 250 anos de prática de Justiça foram derrubados com estas buscas”.

Kristi L. Noem, governadora republicana da Dakota do Sul, também acusou o FBI de motivações políticas: “As buscas do FBI na casa do Presidente Trump são uma arma política sem precedentes do Departamento de Justiça”, referiu no Twitter, acrescentando que as autoridades “perseguiram o Presidente Trump como candidato, como Presidente e agora como ex-Presidente”. “Usar o sistema de justiça desta forma é anti-americano”, acrescentou.