Qualquer equipa que esteja presente no pote 3 de um qualquer sorteio da Liga dos Campeões enfrenta um de três cenários possíveis: 1) ter uma fortuna maior do que toda a sorte que esperava reunir e conseguir colocar-se como favorito aos lugares de acesso aos oitavos; 2) calhar com duas equipas teoricamente mais fortes e uma mais modesta, partindo com a perspetiva de lutar pelo segundo lugar sabendo que pode ficar na terceira posição; 3) alternar os menos difíceis no pote inicial e o mais complicado no pote 4 e ficar no final com uma mistura que tão depressa pode dar para lutar pela liderança como para cair da Europa. Esta época, o Sporting encontra o terceiro cenário, num dos grupos mais equilibrados desta fase.

Os adversários na Champions: FC Porto reencontra Atl. Madrid, Benfica com PSG e Juventus, Sporting cruza com Eintracht, Tottenham e Marselha

Logo a começar, o Tottenham. Um Tottenham que, Antonio Conte, deu o salto: está mais competitivo em campo (o empate em Stamford Bridge com o Chelsea e a vitória com o Wolverhampton foram exemplos), teve uma abordagem bem mais “agressiva” ao mercado de transferências e quer marcar uma nova era alicerçada também num investimento multimilionário no novo recinto que tem de ser agora amortizado. Os londrinos partem como favoritos ao primeiro lugar do grupo, naquele que será o primeiro jogo na história frente ao Sporting que marcará também o regresso de Eric Dier, mas não têm propriamente muita experiência na competição apesar da final conseguida na penúltima participação em 2019.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Depois, o Eintracht Frankfurt. O conjunto alemão, que nos últimos dois anos viu sair André Silva e Gonçalo Paciência mas que conta esta temporada com um lateral formado no Benfica (Aurélio Buta), conseguiu uma época de sonho em 2021/22 com a conquista da Liga Europa e fez uma prova regular na Bundesliga mas o início de temporada não correu da melhor forma com uma goleada com o Bayern, uma derrota na Supertaça Europeia com o Real Madrid e dois empates frente a Hertha Berlim e Colónia. As referências da equipa continuam quase todas (Kevin Trapp, Rode, Hrustic, Kamada ou Santos Borré), Kostic saiu mas Mario Götze chegou, mas a equipa continua longe do que fez no último ano. Também aqui não há registo de confrontos anteriores na Europa, à semelhança do Tottenham e do Marselha.

Os franceses eram uma das “favas” do pote 4 e entraram num grupo que ficou ainda mais nivelado entre os quatro conjuntos, naquele que será também o regresso de Nuno Tavares (ex-Benfica que passou ainda pelo Arsenal) e Mbemba (ex-FC Porto a Portugal). O início da Ligue 1 mostrou que o conjunto orientado pelo croata Igor Tudor é o principal favorito à segunda posição de uma prova que tem em termos crónicos o PSG na frente mas o investimento feito este verão mostra que o Marselha quer ir mais longe também neste regresso à Champions, com as chegadas de Pau López, Veretout, Bailly, Guendouzi, Alexis Sánchez, Luis Suárez e Cengiz Ünder. E por falar em avançados, é daí que vem a grande ligação entre ambos nos anos 70 com jogadores que marcaram uma era nos dois clubes: Héctor Yazalde e Salif Keita.

“O que acho do grupo? Não é tempo para pensar nisso. Temos de pensar, sim, jogo a jogo. Todos os grupos são difíceis e nós temos o Tottenham, o Marselha e o [Eintracht] Frankfurt, que já foram finalistas da Champions. Estamos contentes por competir contra eles. Depois, veremos. Já joguei lá uma meia-final com o Marselha [pelo Newcastle, em 2003/04] e sei que a atmosfera para um jogador é muito boa. É difícil, mas muito bom jogar lá, pois [os adeptos] são muito bons a apoiar a sua equipa. Teremos o prazer de lá estar e vamos desfrutar desse momento”, comentou à RMC Hugo Viana, diretor desportivo dos leões.