Os voos domésticos em Cabo Verde movimentaram quase 27.000 passageiros em julho, renovando máximos mensais desde o início da pandemia de Covid-19, segundo dados da Agência de Aviação Civil (AAC) compilados esta sexta-feira pela Lusa.
De acordo com informação da agência que regula o setor em Cabo Verde, em julho registou-se um movimento global de 53.516 passageiros em voos domésticos, em embarques e desembarques, nos quatro aeroportos internacionais e três aeródromos do país. Como cada passageiro é contado no embarque e no desembarque (aeroportos diferentes), trata-se de um movimento equivalente a 26.758 passageiros em voos domésticos.
Este movimento compara com os 12.915 passageiros em julho de 2021, período ainda afetado pelas restrições impostas devido à pandemia, e com os 20.826 em junho de 2022, o mês anterior à última atualização feita pela AAC e consultada esta sexta-feira pela Lusa.
Estes voos eram operados desde 17 de maio de 2021 apenas pela angolana BestFly, em regime de concessão emergencial de seis meses atribuída pelo Governo cabo-verdiano. A partir de 24 de outubro, a BestFly passou a operar apenas com a Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV, companhia que adquiriu em julho de 2021), terminando o regime de concessão emergencial.
Desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020, o movimento mensal mais elevado tinha sido registado em abril passado (18.335) e depois em junho (20.826), agora ultrapassados pelos números de julho.
O movimento de julho de 2022 contabilizou ainda 946 voos domésticos em Cabo Verde, contra os 446 no mesmo mês de 2021.
Evidenciando a recuperação do movimento aéreo — e da procura turística —, o total de passageiros transportados em julho passado voltou a ultrapassar também os 19.904 transportados em março de 2020, mês já parcialmente afetado pela aplicação das medidas de restrição para travar a transmissão da Covid-19.
Este movimento compara também com a ausência de ligações domésticas comerciais de abril até 15 de julho de 2020, medida adotada pelo Governo de Cabo Verde para travar a transmissão inicial da Covid-19 no arquipélago.
O grupo angolano BestFly comprou 70% do capital social da TICV aos espanhóis da Binter, ficando os restantes 30% com o Estado cabo-verdiano, e concentrou as ligações aéreas domésticas apenas na TICV, que não operava voos comerciais desde 16 de maio.
Em 2020, os voos domésticos em Cabo Verde, operados então apenas pela TICV, movimentaram cerca de 125 mil passageiros, menos 286 mil (-230%) face ao ano anterior, face às restrições impostas pela pandemia de covid-19.
Em 2021, o movimento nos voos internos subiu para 143.876 passageiros.
Em 2017, os passageiros das ligações aéreas domésticas em Cabo Verde atingiram o recorde de quase 465 mil (movimento total de 929.595 embarques e desembarques), com mais de 10.200 voos.