Um profissional da GNR que se encontrava sozinho no Posto Territorial da Moita, no distrito de Setúbal, sentiu-se mal e caiu inanimado, na noite da passada segunda-feira, acabando por ter de ser socorrido pela população. A Associação de Profissionais da Guarda (APG) diz que situações como esta multiplicam-se por todo o país e alerta que militares “cada vez mais se sentem abandonados à sua sorte”.

Este profissional, como centenas de outros pelo dispositivo nacional, estava sozinho no posto territorial, o que claramente coloca em causa a sua segurança e a segurança da população”, lê-se no comunicado da APG enviado às redações.

Na noite deste incidente, existia apenas “uma patrulha composta por um elemento no Posto Territorial da Moita” — o militar que desmaiou — e “um elemento no Posto Territorial de Santo António da Charneca-Barreiro”, informa o comunicado. A APG adianta que só no município da Moita os dois postos “policiavam uma área com 65 mil habitantes”, pelo que questiona “quem salvaguardou a segurança das instalações, dos equipamentos, armamento e, mais importante, daquele profissional quando este terá perdido os sentidos”.

Os profissionais da GNR estão já a trabalhar além do limite, desempenham as suas funções sem recursos, sem reconhecimento e cada vez mais se sentem abandonados à sua sorte pelo Comando Geral e pela Tutela”, critica a APG.

O “efetivo reduzido” no posto da Moita não é um problema recente: já em 2011, um relatório da Inspeção-Geral da Administração Interna considerava que este posto não reunia “as condições mínimas de funcionamento”. “Até à data muito pouco foi feito, apesar dos avisos desta Associação”, lê-se ainda.

A APG destaca ainda que “tem vindo de forma reiterada, responsável e nas devidas instâncias a alertar para a questão da falta de elementos na generalidade dos postos territoriais e em toda a vertente operacional” da GNR — da qual “este episódio é disso representativo”.

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